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Possíveis problemas com tether poderiam impactar o bitcoin, afirma JPMorgan

19 fev 2021, 11:31 - atualizado em 19 fev 2021, 11:31
Segundo os analistas, eventuais problemas à Tether poderia causar um “grave choque de liquidez” no bitcoin, reduzindo o acesso a esse mercado (Imagem: Unsplash/executium)

Um sério risco ao bitcoin (BTC) poderia ser uma “perda repentina de confiança” na stablecoin tether (USDT), segundo analistas do JPMorgan.

Em um extenso relatório publicado ontem (18), analistas do JPMorgan, liderados pela líder global de pesquisa Joyce Chang, afirmaram que se acontecer uma situação adversa com USDT, poderia impactar o preço do bitcoin.

“Uma drástica perda na confiança em USDT iria resultar em um grave choque de liquidez aos mercados de bitcoin, o que poderia reduzir o acesso aos maiores pools de demanda e liquidez”, afirmaram os analistas.

Grande parte da negociação de bitcoins acontece via USDT, stablecoin cuja capitalização de mercado ultrapassou US$ 30 bilhões. Citando dados da gestora de ativos NYDIG, os analistas do JPMorgan disseram que entre 50 e 60% da negociação de bitcoin acontece via USDT desde 2019.

USDT é emitida pela Tether e tem paridade de proporção 1:1 ao dólar americano.

Porém, já que a Tether não está sujeita ao mesmo regime rigoroso de supervisão e declarações financeiras, assim como bancos comerciais tradicionais, e “certamente não tem um tipo de seguro para depósitos”. USDT apresenta um “risco de cauda” (ou “tail risk”) ao bitcoin, segundo os analistas.

Tail risk” é a possibilidade de que um evento improvável aconteça, resultando em uma perda significativa a um ativo.

É uma forma de risco de portfólio que surge quando a possibilidade de que um investimento se movimenta mais de três desvios-padrão da média é maior do que o mostrado por uma distribuição normal.

Os analistas disseram que a Tether afirma ter ativos de reserva em dinheiro e equivalentes iguais a suas responsabilidades pendentes, “mas tem a fama de nunca ter conseguido produzir uma auditoria independente e afirmou, em documentos jurídicos, que não precisam manter uma reserva completa”.

Além disso, caso surgissem qualquer problemas que poderiam afetar a disposição ou capacidade de investidores nacionais ou estrangeiros em usar USDT, o resultado mais provável seria um choque severo de liquidez ao amplo mercado de criptomoedas, que poderia ser amplificado por seu impacto desproporcional em formadores de mercado, que usam um estilo de negociação de alta frequência (NAF), que dominam o fluxo.

Em suma, a equipe global de pesquisa do JPMorgan acredita que o bitcoin seja um “espetáculo econômico”, mas está aqui para ficar como uma moeda “alternativa”.

Ainda assim, os analistas não têm certeza se criptoativos fornecem benefícios de diversificação, como ações:

Criptoativos continuam a ser classificados como o pior ativo de proteção para grandes quedas em ações, com benefícios questionáveis de diversificação a preços bem acima dos custos de produção, enquanto correlações com ativos cíclicos estão aumentando conforme a governança cripto está sendo integrada.

Confira, abaixo, o relatório completo do JPMorgan:

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