Saúde

Prefeito de Manaus representa contra governo Bolsonaro na ONU em defesa de indígenas na pandemia

04 jun 2020, 20:08 - atualizado em 04 jun 2020, 20:08
Coronavírus
Além da ONU e da CIJ, o prefeito endereçou a representação também para a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB (Imagem: REUTERS/Bruno Kelly)

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, apresentou representação contra o governo federal, na pessoa do presidente Jair Bolsonaro, junto à Organização das Nações Unidas (ONU) e à Corte Internacional de Justiça (CIJ), pedindo ações urgentes dessas entidades para proteção de comunidades indígenas diante da pandemia de Covid-19.

“O presidente Jair Messias Bolsonaro é dissociado dos princípios humanitários que mandam resguardar a vida e seus povos tradicionais. Ele desdenha do vírus e das dezenas de milhares de vítimas que, em razão dele, já sucumbiram. É omisso, e, por conseguinte, responsável indireto pela dizimação de brasileiros e dos povos indígenas”, disse Virgílio em nota divulgada pela prefeitura da capital do Amazonas.

“Não podemos, calados e passivos, presenciar e permitir o extermínio da cultura indígena, por isso venho clamar pela intervenção, em favor da saúde e da sobrevivência das comunidades indígenas milenares do meu país”, acrescentou.

Além da ONU e da CIJ, o prefeito endereçou a representação também para a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Segundo a Prefeitura de Manaus, as correspondências “evidenciam o avanço do novo coronavírus nas populações indígenas, principalmente do Amazonas, e a falta de medidas, por parte do governo federal, que assegurem aos indígenas o acesso aos meios de tratamento e cura da doença”.

Segundo a Articulação de Povos Indígenas do Brasil (Apib), uma associação nacional que congrega os 305 etnias, as mortes entre os povos indígenas brasileiros por Covid-19 subiram de 28 no final de abril para 182 no dia 1º de junho.

Os números podem ser pequenos quando comparados com o do restante do país, que agora tem o segundo maior surto do mundo, mas são significativos por mostrarem que o vírus se instalou em comunidades vulneráveis onde médicos temem que a disseminação seja devastadora.

A cidade de Manaus foi uma das primeiras do país a sofrer colapso dos sistemas de saúde e funerário, registrando mais de cem enterros diários, devido ao coronavírus.

De acordo com o Ministério da Saúde, a capital amazonense registra mais de 19 mil casos e 1,4 mil óbitos.

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