Internacional

Presidente do conselho do UBS alerta para prolongada incerteza

16 nov 2020, 12:12 - atualizado em 16 nov 2020, 12:12
UBS
Em muitos países desenvolvidos, a política monetária já era expansionista antes do início da Covid-19, o que resultou em preços de ativos inflacionados e agravou a divisão entre ricos e pobres. (Imagem: REUTERS/Arnd Wiegmann)

O presidente do conselho do UBS, Axel Weber, disse que as principais economias enfrentam um período prolongado de incerteza que exigirá contínuas políticas fiscais e monetárias ultrafrouxas, o que resultaria no aprofundamento das divisões sociais.

Em conferência do UBS em Sydney na segunda-feira, Weber disse que o atual cenário global não tem precedentes no último meio século e alertou que isso pode ter diminuído a capacidade de economistas de entender e fazer previsões.

“Nossa compreensão da economia, nossos modelos macroeconômicos são baseados principalmente nos últimos 50 anos”, disse Weber, que comandou o banco central da Alemanha durante a crise global de 2008-09. “Nem nosso entendimento da economia, nem nossos modelos macroeconômicos são adequados para entender e prever bem a situação econômica atual.”

Bancos centrais globais têm reduzido os juros e implementado amplos programas de compra de ativos para apoiar as economias durante a pandemia. Os governos também deixaram os orçamentos no vermelho para ajudar os cidadãos e financiaram programas para estimular a recuperação econômica.

Em muitos países desenvolvidos, a política monetária já era expansionista antes do início da Covid-19, o que resultou em preços de ativos inflacionados e agravou a divisão entre ricos e pobres.

Weber vê a continuidade dessa tendência daqui para frente.

“A situação atual em que estamos e continuaremos por vários anos é difícil”, afirmou. “Com elevada incerteza, altos déficits públicos e políticas monetárias muito expansionistas, isso intensificará ainda mais a polarização em nossas sociedades, adicionando incerteza política à incerteza econômica.”

Ele recomendou que bancos centrais, empresas e investidores levem em consideração uma série de resultados possíveis e tentem tornar suas economias, empresas, sociedades e carteiras “tão sólidas quanto possível” a fim de estarem preparados para a próxima surpresa.

“Acho que haverá mais surpresas nos próximos meses e anos”, disse Weber.

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