Internacional

Queda de dono da FTX arrasta Biden e Zelensky para meio do escândalo

19 nov 2022, 15:28 - atualizado em 21 nov 2022, 14:39
Joe Biden
Partido de Joe Biden recebeu doações do ex-CEO da FTX nas eleições de meio-termo (Imagem: (Official White House/Cameron Smith)

O fundo do poço parece não ter fim para Sam Bankman-Fried, ex-bilionário e fundador da FTX, segunda maior corretora de criptomoedas do mundo.

Em menos de uma semana, o jovem empresário de 29 anos viu o seu império de US$32 bilhões ruir após entrar com um pedido de recuperação judicial da FTX na justiça americana.

De acordo com os documentos vazados, SBF — como é conhecido na internet — é acusado de utilizar recursos de clientes gestados pela FTX para salvaguardar uma ‘empresa irmã’, a Alameda Research, da bancarrota.

Ao identificar a situação potencialmente fraudulenta, os clientes da FTX procederam com saques em massa para salvar o que puderam de suas carteiras.

Mas Sam Bankman-Fried não cai sozinho. O escrutínio publico sobre o escândalo abriu um leque quase surreal de pessoas envolvidas que abrange desde a modelo brasileira Giselle Bünchen e o jogador de futebol americano Tom Brady até os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

Ex-CEO fez doações vultosas ao partido de Joe Biden

As eleições de meio-termo dos Estados Unidos terminaram após uma extensa e fatigante semana de apuração de votos, com a contagem final apontando maioria dos republicanos na Câmara dos Representantes e dos democratas no Senado.

Mas os partidos que agora dividem o poder federal encontraram no escândalo da FTX uma nova fronteira de batalha. Isto, porque, SBF foi reconhecido como um dos principais doadores individuais em campanhas de democratas ao Senado e à Câmara.

Segundo o site de transparência OpenSecrets, Bankman-Fried gastou cerca de US$ 37 milhões durante as eleições de meio de mandato, apoiando candidatos e causas atreladas ao partido de Joe Biden. Essa quantia fez dele o segundo maior doador individual do partido e o sexto maior doador em geral.

O ex-CEO da FTX já havia contribuído com US$ 5 milhões para Biden e apoiadores do presidente nas eleições de 2020, no que pode ter ajudado o democrata a turbinar anúncios em estados decisivos na véspera da decisão presidencial.

À luz das denúncias envolvendo a plataforma, e o novo controle dos republicanos em comitês de investigação, analistas ventilam a possibilidade de que o partido de oposição possa tentar arrastar Biden e o partido democrata para o caso de fraude financeira.

Relações com a guerra na Ucrânia

Buscando apoio de entidades ocidentais nos primeiros para o seu esforço de guerra contra a Rússia, o governo da Ucrânia anunciou um acordo expressivo de arrecadação com a FTX de Sam Bankman-Fried.

À época do anúncio, ocorrido dia 14 de março de 2022, o ex-CEO explicou que a “FTX se sentiu compelida à necessidade de prover ajuda povo da Ucrânia da maneira que pode”.  Segundo o próprio SBF, a doação seria de US$25 para cada ucraniano — a população do país gira em torno de 41,5 milhões.

Até julho, o programa de arrecadação de fundos “Aid for Ukraine” apontou que Kiev gatou cerca de US$ 55 milhões em criptomoedas para compras de uma variedade de equipamentos, veículos, drones e outros recursos militares.

No entanto, a publicidade da parceria com a FTX no portal de transparência do governo da Ucrânia sofreu um apagão dias antes do escândalo romper as manchetes do mundo. Desde então, não é mais possível encontrar informações das doações feitas pela plataforma ao programa de arrecadação.

Segundo o portal The New York Post, Sam Bankman-Fried deve falar em um evento exclusivo hospedado pleo New York Times, junto do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e Janet Yellen.

O evento ocorrerá no próximo dia 30 de novembro.

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Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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