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Quem é Joaquim Silva e Luna, presidente da Petrobras (PETR4) que está sendo fritado

18 mar 2022, 15:34 - atualizado em 29 mar 2022, 13:01
O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna. em audiência em Brasília
O presidente da Petrobras tem negado a possibilidade de pedir demissão do cargo (Imagem: REUTERS/ Adriano Machado)

Em meio à insatisfação popular (e também do governo) após o reajuste no preço dos combustíveis, Joaquim Silva e Luna, presidente da Petrobras (PETR4), pode estar com os seus dias contados à frente da companhia.

Ainda que o presidente Jair Bolsonaro (PL) diga que não tem poder para intervir e simplesmente “trocar a presidência da estatal hoje”, os jornalistas Malu Gaspar e Lauro Jardim, d’O Globo, afirmaram que a dispensa já teria até data definida para acontecer: dia 13 de abril, quando o novo conselho de administração da estatal será eleito.

Silva e Luna foi ministro da Defesa no governo de Michel Temer (MDB), e assumiu a cadeira de CEO da Petrobras em abril do ano passado, lugar antes ocupado por Roberto Castello Branco.

Nasceu no município de Barreiros (PE) em 1949 e iniciou sua carreira militar 20 anos depois, na Academia Militar das Agulhas Negras.

Antes de assumir a Petrobras, o general era diretor da Itaipu Binacional, por indicação do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

Castello Branco havia sido uma indicação de Paulo Guedes para a Petrobras. A sua demissão veio em um contexto semelhante ao de Silva e Luna hoje: o presidente da República acreditava que a estatal não estava sendo conduzida da melhor maneira justamente por conta da série de aumentos no preço dos combustíveis.

Ele negou, no entanto, que a troca pudesse se tratar de uma interferência política da sua parte.

“Gostaram do novo aumento da gasolina amanhã? Ele [Castello Branco] só sai depois do dia 20, não quer dizer que o outro [Silva e Luna] vai interferir, para evitar o pessoal do mercado falar um montão de besteira, ou melhor, o pessoal especular no mercado”, disse o presidente em março do ano passado, quando a troca de comando já havia sido anunciada.

Gasolina e diesel nas alturas

Na semana passada, a estatal anunciou um aumento de 25% dos preços do diesel em suas refinarias e de 19% para a gasolina, na esteira dos ganhos nas cotações do petróleo no mercado internacional em função da guerra na Ucrânia.

A medida foi criticada por conta do tamanho do aumento, que já estava “represado”, visto que a estatal não anunciava reajustes para os combustíveis há dois meses.

Como a commodity tem operado no mercado de forma relativamente “imprevisível”, considerado o contexto de guerra, após ultrapassar o preço de US$ 130/barril, o petróleo começou a cair. No início da semana, chegou a ficar abaixo dos US$ 100.

Na ocasião, Bolsonaro declarou para seus apoiadores durante discurso no Palácio no Planalto que esperava que a estatal seguisse a redução do preço internacional do barril. Na quarta-feira (16) ele também chegou a dizer, durante entrevista ao SBT, que não tem poderes sobre a empresa, que poderia ser “privatizada hoje”.

“A Petrobras se transformou na Petrobras Futebol Clube, onde o clubinho lá de dentro só pensa neles, jamais pensam no Brasil”, acrescentou.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também voltou a criticar o aumento no mesmo dia, dizendo a jornalistas que a Petrobras deveria recuar do aumento justamente por conta da queda tanto do petróleo como do dólar.

“Nós estamos com o petróleo baixando e o dólar baixo. E a cobrança é: a Petrobras agora vai baixar o combustível? O óleo diesel é mais barato fora (do País) do que aqui. Nós vamos ter redução de preço? (…) O barril baixou. O barril sobe, a gente aumenta. O barril baixa, a gente não baixa?”, questionou.

Apesar das críticas que vem sofrendo, Silva e Luna tem negado a possibilidade de pedir demissão do cargo.

Em entrevista no início da semana ao blog da jornalista Andréia Sadi, no G1, o general disse que por sua formação militar “morre junto na batalha e não deixa a tropa sozinha”, além de ter destacado que tem uma relação de lealdade e confiança com Bolsonaro.

*Com informações da Reuters e da Agência Estado

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Jornalista paulistana formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e editora do Money Times. Passou pelas redações da CNN Brasil e TV Globo como produtora, VOCÊ S/A e VOCÊ RH como repórter e Exame.com como redatora estagiária.
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