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Rappi, PicPay e Creditas: uma nova safra de IPOs prestes a dar frutos na América Latina

27 jun 2023, 15:43 - atualizado em 27 jun 2023, 16:45
Unicórnio
Unicórnios estão na sala de espera para lançar IPOs em 2024. (Imagem: Unsplash/ Inês Pimentel)

Uma nova geração de empresas latino-americanas está se preparando para abrir capital no mercado a partir de 2024.

Depois de um 2022 abismal para o segmento, a expectativa por um regime de juros menos restrito, aliado a uma queda de 30% do VIX (índice que mede a volatilidade) em Wall Street, encoraja os unicórnios a buscarem capitalização no mercado de ações.

E, para muitas deles, o destino natural é a Nasdaq, dado o perfil da bolsa da tecnologia e a gama de serviços que a empresa oferece as startups.

Em entrevista concedida a Bloomberg, Ivana Ferreira, chefe de listagens da América Latina da Nasdaq, revelou que ao menos 20 companhias devem bater o sino da Times Square, número 4.

Entre elas, empresas conhecidas do público brasileiro, como a colombiana Rappi, a fintech PicPay e a concessionária de empréstimos com garantias Creditas são alguns dos unicórnios que devem estruturar uma oferta pública inicial em breve.

Para a maioria das fintechs na sala de espera de IPOs, o expediente para 2023 é alcançar e ultrapassar o ponto de breakeven (momento em que a empresa se torna lucrativa).

É dessa forma que as empresas buscam escapar do erro de muitos unicórnios da última safra de IPOs, quando optaram por se lançar ao mercado aberto sem garantir uma estrutura consistente para seus negócios.

Com o início do aperto monetário e a elevação do custo de capital, muitas delas se viram obrigadas a fechar as portas.

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Fintechs brasileiras no centro da nova safra de IPOs

No caso da brasileira Creditas, que já recebeu investimentos do SoftBank e a americana Fidelity, o ponto de inflexão deve ser alcançada ao fim de 2023. A companhia registrou receita de R$ 1,8 bilhão no acumulado de 202, um aumento de 118% em relação a 2021.

Outra empresa brasileira que alcança o breakeven e mira um IPO em 2025 é a CloudWalk. Anteriormente dependentes da InfinitePay, a fintech vem aumentando a sua gama de soluções para incluir cashback, garantias de crédito e automatização de pagamentos para os clientes.

No primeiro trimestre de 2023, a CloudWalk registrou receita de R$ 149 milhões, um crescimento de 183% comparado ao primeiro semestre, e R$R 54 milhões de lucro.

IPOs em ‘cheque em branco’ também devem voltar

Ainda na entrevista concedida à Bloomberg, Ferreira também indicou que o apetite por SPACs (Special Purpose Acquisition Companies; os IPOs em ‘cheque em branco’) também está aumentando, sobretudo, puxado pelo interesse de grandes gestoras em estruturar as operações de abertura de capital.

Diferente dos IPOs clássicos, nos SPACs, os investidores entregam aos gestores o capital que desejam investir, confiando na capacidade deles em encontrar boas oportunidades de negócios. Assim, o levantamento de capital é feito antes mesmo de saber qual companhia será selecionada.

O desafio, segundo a chefe de listagem da Nasdaq, é que esses gestores cheguem aos alvos adequados. Segundo disse Ferreira à Bloomberg, há ao menos 10 companhias na fila para serem lançadas como SPACs.

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Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
jorge.fofano@moneytimes.com.br
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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