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Regulação da criptoeconomia foi grande destaque do primeiro dia no “Criptorama”

09 nov 2022, 18:17 - atualizado em 09 nov 2022, 18:17
Brasil criptomoedas manifestações
(Imagem: Pixabay/cryptostock)

O primeiro dia do Criptorama, evento que discute o cenário da criptoeconomia no Brasil, contou com a presença de grandes especialistas do setor e teve como foco o debate sobre regulamentação, autorregulação, tokenização, governança e compliance.

Além disso, durante o evento foi firmado um Acordo de Cooperação com a Companhia Amazonense de Desenvolvimento e Ativos (CADA) e o anúncio da criação do Selo ABCripto.

O evento é realizado pela Associação Brasileira de Criptoeconomia, ABCripto, entre os dias 8 e 9 de novembro, no Memorial da América Latina, em São Paulo. 

A cerimônia de abertura foi realizada pelo Gustavo Pires, Presidente da SPTuris, que realçou a importância do evento para a cidade de São Paulo. “É um grande prazer fazer parte deste evento, que é fundamental para a cidade e para o fomento à educação financeira”, afirma.

Além dele, também participaram Renata Mancini, presidente da ABCripto e CCO da NovaDAX, Rodrigo Monteiro, diretor executivo da ABCripto e Bernardo Srur, diretor da ABCripto. 

Confira os insights sobre o primeiro dia de evento

No primeiro painel, intitulado como “O Brasil na visão do mercado”, foi passado um panorama da criptomoeda com os principais players do país. Os executivos discutiram o Projeto de Lei (PL) 4.401/2021, que propõe a criação de um marco legal para o setor e como o Brasil tem bons cenários para o desenvolvimento da moeda digital, apesar do inverno cripto.

Diante deste cenário, Henrique Teixeira, CEO da Ripio, visualiza o inverno cripto, de certa forma, como positivo para o lado dos investimentos.

“Neste ano, realizamos boas parcerias e negócios como nunca antes e conquistamos novos mercados. Foi um ano fantástico para os tokens e a oportunidade de continuar mudando esse cenário”. 

Uma alternativa para o fim do “inverno cripto”, citada por Renata Mancini, presidente da ABCripto e CCO NovaDAX, seria a entrada de bancos que incorporaram os criptoativos em seu portfólio.

“O mercado cripto ainda tem muitas pessoas a alcançar e a entrada de bancos tradicionais fomentam esse crescimento.

É fundamental grandes empresas aderirem às criptomoedas para que todos compreendam as oportunidades do mercado”, reforça Reinaldo Rabelo, CEO do Mercado Bitcoin. 

Além disso, outro ponto levantado foi a importância de fazer escolhas de carteiras de investimento em um ambiente seguro e a armazenação adequada de ativos digitais. Durante a apresentação do painel “Regulação: riscos e tendências”, os executivos Julien Dutra, diretor do Grupo 2TM, Julieti Brambila, Legal and

Compliance Lead do Itaú, Karen Duque, Head de Políticas Públicas da Bitso, e Renata Mancini, abordaram tópicos como a aprovação do Projeto de Lei em ano eleitoral, a regulação nos ambientes de bancos e startups, e a custódia de criptoativos.

“As viradas de governo, trazem novos desafios como a fomento da narrativa e o mapeamento de aliados. Temos uma narrativa forte para alinhar a aprovação do projeto”, aponta Karen.

Para Julien Dutra, o setor público e privado precisam caminhar juntos para o desenvolvimento do mercado de cripto e geração de novos negócios e, por resultado, de novos empregos.

Julieti reforçou a necessidade de regulação nos ambientes de startups e bancos para o desenvolvimento do mercado. “Precisamos todo tempo se reinventar e construir o ecossistema, que comparado globalmente não é líquido”, afirma.

Para Renata Mancini, caso a aprovação do PL não aconteça, a educação sobre os criptoativos será a principal ferramenta.

“A ABCripto criou uma musculatura para a educação do segmento, para demonstrar o que é uma corretora, uma governança e o compliance. O Criptorama tem essa função junto com os parceiros de fortalecer e desmistificar o setor”, pontua. 

Ainda, durante o Criptorama, a ABCripto anunciou um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) e Plano de Trabalho com a Companhia Amazonense de Desenvolvimento e Mobilização de Ativos (CADA) visando o desenvolvimento de ações conjuntas voltadas à educação financeira, criptoeconomia e inovação no âmbito do Estado do Amazonas.

“Quero agradecer a ABCripto, o Estado de Amazonas está aberto para trazer inovação e perspectivas tecnológicas para todos os governos”, afirma Márcia M., Diretora operacional da companhia .

Com o objetivo de desmitificar a desconfiança por parte de investidores e agentes econômicos, a palestra “Jurídico: tributação e prevenção” contou com a participação de Ana Paula Batti, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Daniel Gomes, Sócio VDV Advogados, e Mauricio Vedovato, Sócio HRSA Advogados.

O encontro gerou o debate sobre as práticas adotadas por instituições financeiras e órgãos públicos, que favorecem a situação regular dos usuários que investem nas moedas digitais.

Durante o painel, foi ressaltado que o marco regulatório das criptomoedas trará mais segurança ao investidor, mas ainda carece da definição de aspectos importantes para se consolidar, dentre eles a segurança jurídica e a proteção ao investidor de crimes financeiros e exigências de instrumentos de prevenção à lavagem de dinheiro e controle à evasão fiscal.

Em meio às regulação e autorregulação, o painel “Tokenização: Visão e apetite”, os executivos Rodrigo Monteiro, Diretor ABCripto, o Moderador Daniel Coquieri, CEO Liqi, Eric Altafim, Diretor Itau Digital Assets, Leandro Vilain, Diretor de Política de Negócios e Operações, e Nathalie De Andrade, Gerente CVM, apresentaram como os tokens democratizam os investimentos cripto e o mercado financeiro, que juntamente com o desenvolvimento da Blockchain criou soluções ainda mais expressivas ao setor.

“A blockchain acomoda projetos seja através do token ou de outra ferramenta e é nessa ligação que cria várias facilidades e a democratização do cidadão que busca por créditos.” esclarece Rodrigo. 

Durante o painel que abordava a autorregulação e compliance, moderado pelo Bernardo Srur, foi possível identificar a necessidade das práticas de compliance adequadas com a autorregulação.

Para isso, as transações blockchain precisam ter um mapeamento de carteiras de riscos para que haja segurança, porém deve-se ampliar o compliance para as ações de autorregulação.

Para Vanessa Butalla, Vice-Presidente do Grupo 2TM, o “princípio fundamental da autorregulação é a informação, a clareza da informação para o investidor tomar decisões conscientes”. 

Por fim, o painel “o futuro da supervisão do mercado”, analisou as finanças e os mercados descentralizados para ativos tokenizados e criptografados que se desenvolvem e crescem em tamanho e importância com análise, com o objetivo de proteger investidores e consumidores financeiros e salvaguardar a estabilidade financeira.

Para Fábio Lacerda, sócio da KPMG Brasil, a autorregulação supervisionada tende a “incentivar a organização e crescimento da empresa com a perspectiva de segurança.

Quando acionamos um agente externo, como a ABCripto, auxiliamos a empresa no processo de crescimento, pois externa todos os pontos”. Além disso, as boas práticas compartilhadas aliadas à competição, também, fomentam o desenvolvimento e um futuro sólido do setor.

“Começamos dar mais transparências sobre os nossos processos para ajudar nossos parceiros e o mercado”, afirma Guilherme Benaderet, Superintendente de Supervisão de Mercados da Ambima. 

A primeira edição do Criptorama é idealizada pela ABCripto e patrocinada pelo Mercado Bitcoin, NovaDax, MetaMap, Sebrae, Bitso, Chainalysis e Ripio.

Além disso, é o primeiro evento cripto no calendário oficial da capital financeira do Brasil e conta com o apoio da São Paulo Turismo (SPTuris), empresa oficial de turismo da cidade. Febraban, Ripio, CADA, OAB, Finsiders, IASP, Lift, Doiim, ANBIMA, AMBIPAR, NFTicket, Criptobeer, Cripto Planet, HARTHO e ABFintechs. 

“O primeiro dia do Criptograma foi um sucesso. É incrível poder contar com grandes parceiros e players para ampliar o discurso e o incentivo à criptoeconomia”, finaliza Bernardo Srur, diretor da ABCripto.

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Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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