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Renault explora venda de fatia na Nissan para focar em elétricos

22 abr 2022, 21:10 - atualizado em 22 abr 2022, 21:10
Renault
A própria Nissan pode estar disposta a comprar algumas das 1,83 bilhão de ações da montadora japonesa que a Renault possui (Imagem: Reuters/Sarah Meyssonnier)

A Renault estuda vender parte de sua participação na Nissan, uma medida que pode levantar bilhões de euros para sua mudança para veículos elétricos e aliviar tensões de longa data com a parceira, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.

A própria Nissan pode estar disposta a comprar algumas das 1,83 bilhão de ações da montadora japonesa que a Renault possui, segundo as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque as discussões não são públicas. A Renault também pode buscar outros compradores para uma parte de sua participação de 43% na Nissan, disseram.

Porta-vozes da Renault e da Nissan não quiseram comentar.

Ao reduzir sua participação no valor de cerca de 980 bilhões de ienes (7 bilhões de euros), a Renault estaria caminhando em uma linha tênue: tentar reequilibrar uma aliança de 23 anos sem desfazê-la. Uma estrutura de participação cruzada desigual  – a Nissan possui apenas 15% da Renault e não tem direito a voto – tem sido um ponto problemático para facções de executivos da Nissan há anos.

Uma venda pode ajudar a financiar uma grande mudança estrutural que o CEO da Renault Luca de Meo começou a esboçar em fevereiro.

A empresa estuda uma separação e listagem separada de sua divisão de elétricos. Seu negócio convencional poderia então unir forças com um parceiro.

Uma opção seria a chinesa Zhejiang Geely, que controla a Volvo, disseram as pessoas. A Renault fechou acordo de produção conjunta com a Geely no início deste ano para uma fábrica sul-coreana, e as duas disseram que também podem cooperar na China.

Um representante da Geely não quis comentar.

Fator Rússia

De Meo, de 54 anos, avançava nas mudanças na Renault antes da invasão da Ucrânia pela Rússia praticamente forçar a empresa a começar a sair de seu segundo maior mercado.

A retirada será cara: a montadora disse que terá um encargo não monetário no valor de 2,2 bilhões de euros (US$ 2,4 bilhões) relativo a seus ativos na Rússia, que incluem uma fábrica em Moscou. Também avalia opções para sua participação na fabricante do Lada, a AvtoVaz.

As negociações para reformular a aliança RenaultNissan – que não foram discutidas publicamente – podem levar muitos meses, disseram as pessoas.

A divisão de veículos elétricos da Renault pode incluir ativos da Nissan, disseram as pessoas. A Nissan também seria parceira nas operações híbridas e de motores de combustão da montadora francesa, disseram eles.

As duas empresas trabalham juntas na revisão estrutural da Renault, disse o diretor financeiro Thierry Pieton a analistas na sexta-feira.

“A Nissan está por dentro”, disse Pieton. “Isso é obviamente algo que queremos discutir com eles.”

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