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Seca afeta safra de trigo da América do Norte e preocupa moinhos

05 ago 2021, 9:28 - atualizado em 05 ago 2021, 9:28
Trigo
Do Reino Unido à China, importadores precisarão pagar pelas ofertas limitadas da América do Norte ou recorrer a outros fornecedores, como Austrália e Rússia (Imagem: Pixabay/kridneh)

Moinhos e panificadoras estão enxugando as reservas de trigo e pagando mais pelo cereal de primavera, utilizado na fabricação de pães, à medida que a seca reduz as safras nas Pradarias Canadenses e nas Planícies do norte dos Estados Unidos, que produzem mais da metade da oferta global da commodity.

Os produtores norte-americanos e canadenses caminham para colher uma safra de trigo significativamente menor na primavera local devido às condições mais secas em décadas, em momento em que o clima severo danifica cultivos em todo o hemisfério –do calor escaldante no Noroeste do Pacífico, nos EUA, às geadas no Brasil.

Embora os estoques globais de trigo, em geral, sejam amplos, a seca afeta principalmente a safra do cereal de primavera, de alto teor proteico, do qual companhias de moagem –como a Archer Daniels Midland— e panificação, como a Bimbo, dependem para produzir pães com a textura e a umidade esperada pelos consumidores.

Do Reino Unido à China, importadores precisarão pagar pelas ofertas limitadas da América do Norte ou recorrer a outros fornecedores, como Austrália e Rússia.

Os contratos futuros do trigo de primavera em Mineápolis estão sendo negociados perto de máximas de nove anos, deixando a Camas Country Mill, em Eugene, Oregon, preparada para pagar mais pelo cereal, segundo o proprietário da empresa, Tom Hunton. Ele planeja repassar os custos mais elevados para os clientes de panificação da companhia.

A Camas Country dependerá do trigo armazenado no ano passado para complementar os suprimentos deste ano para a produção de farinha. Mas Hunton teme que a seca continue no ano que vem.

“Isso não é sustentável para ninguém”, disse ele.

No Canadá, os preços dos pães poderão subir até 6,5% ao final deste ano, de acordo com Sylvain Charlebois, diretor do Agri-Food Analytics Lab da Universidade de Dalhousie, em Halifax, Nova Escócia.

Já os preços nos EUA são mais difíceis de se prever, uma vez que as cotações da farinha recuaram no início deste ano, à medida que os lockdowns perderam força e menos pessoas passaram a cozinhar em casa, disse ele.

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