Internacional

Secretária do Tesouro de Biden pode enfrentar pressão para apoiar dólar forte

21 dez 2020, 16:54 - atualizado em 21 dez 2020, 16:54
Janet Yellen
Yellen, escolhida pelo presidente eleito Joe Biden para comandar o Tesouro, se confirmada, tomará posse cerca de um mês depois de seu antecessor rotular dois países como manipuladores cambiais (Imagem: REUTERS/Jonathan Ernst)

Janet Yellen certa vez elogiou os benefícios de uma moeda mais fraca para as exportações, mas, como secretária do Tesouro dos Estados Unidos, enfrentará pressão para retomar a política de “dólar forte”. E pode abalar Wall Street se não o fizer.

A queda do dólar neste ano – que pode ser a segunda maior na última década – já alimentou preocupações entre autoridades de política externa devido à vantagem competitiva proporcionada aos EUA. Mesmo um endosso tácito de um dólar fraco poderia gerar tensões com parceiros comerciais.

Yellen, escolhida pelo presidente eleito Joe Biden para comandar o Tesouro, se confirmada, tomará posse cerca de um mês depois de seu antecessor rotular dois países como manipuladores cambiais e nomear 10 em uma lista de vigilância por interferência artificial.

As medidas, divulgadas em 16 de dezembro, marcaram um período volátil para comentários sobre a moeda sob o governo do presidente Donald Trump, o que aumenta o foco na abordagem de Yellen.

Os EUA adotaram a política de favorecer um dólar “forte” em 1995, com o fim dos pedidos para outros países valorizarem suas moedas.

Apesar de o mantra tenha evoluído de um secretário do Tesouro para outro, nenhum governo até os anos de Trump comunicou, como o presidente o fez em 2017, que o dólar estava “ficando forte demais”.

Embora às vezes endossassem um dólar forte – sempre a partir de uma perspectiva de longo prazo -, Trump e o secretário do Tesouro de seu governo, Steven Mnuchin, disseram que uma moeda mais fraca ajudaria as exportações americanas.

Mnuchin também disse que um “dólar excessivamente forte” poderia ter efeitos negativos de curto prazo na economia dos EUA.

É uma percepção que a própria Yellen sugeriu compartilhar no passado.

Um porta-voz da transição de Biden não quis comentar sobre a política de Yellen e para o dólar.

É função do secretário do Tesouro supervisionar a política cambial, e pelo menos dois ex-titulares da pasta pediram a Yellen para deixar claro que não é a favor da desvalorização do dólar.

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