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Selic a 10,75%: É hora de fugir dos Fiagros? Confira visões de analistas

21 mar 2024, 15:10 - atualizado em 21 mar 2024, 15:55
fiagros selic
Como a maioria dos Fiagros são indexados ao CDI+, os cortes da taxa Selic resultam em uma redução dos rendimentos dos fundos (Imagem: Getty Images/Canva)

O Comitê de Política Monetária (Copom) voltou reduzir a taxa Selic em 0,50 ponto percentual (p.p.) na reunião de quarta-feira (20). Com isso, a taxa básica de juros deixa o patamar de 11,25% e vai para 10,75% ao ano.

Como aconteceu após o corte realizado pelo Copom no fim de janeiro, o Agro Times ouviu alguns especialistas sobre os reflexos para os Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais, os Fiagros.

Caio Nabuco de Araujo, analista de investimentos da Empiricus Research, ressalta que a maioria das carteira dos Fiagros é indexada ao CDI+, e, com isso, uma queda dos juros tende a reduzir marginalmente o rendimento dos fundos.

“Isso não significa que eles estão menos atrativos. Acredito que o cenário de atratividade deve ser analisado de um ponto de vista relativo. Com a renda fixa caindo, como os Fiagros possuem spreads mais elevados, eles ainda continuam com rendimentos bem interessantes comparados ao histórico. O principal fator de preocupação para os fundos envolve o risco de crédito”, explica.

Hora de desistir dos Fiagros?

Para Tarik Thome, sócio e analista de Renda Fixa da Arton Advisors, acredita em uma possível migração na indústria dentro do próprio universo dos Fiagros. “Podemos ver os investidores buscando alternativas em IPCA+ ou mesmo fiagros indexados ao dólar. Esse pode se tornar um movimento mais comum com esses juros mais baixos”, avalia.

Araujo, da Empiricus, volta a lembrar o último ano mais difícil para o agronegócio, especialmente para o produtor de grãos, que viu suas margens comprimirem.

“Esse cenário afetou a capacidade de pagamento de alguns devedores do setor, o que consequentemente levou a casos de inadimplência, algo que persiste, mas que pode mudar, já que o agronegócio trabalha em ciclos. Sendo assim, o setor não deixou de ser atrativo, mas o momento exige mais cuidado e disciplina na hora de investir.”

No que diz respeito à queda de juros, isso pode ser benéfico já que existe uma migração de ativos de renda fixa”, finaliza.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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