Economia

Selic em 10,50%: Caem apostas de corte de 0,50 pp; veja o que esperar dos juros

23 abr 2024, 11:05 - atualizado em 23 abr 2024, 11:05
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Dados econômicos robustos dos Estados Unidos e o aumento das incertezas fiscais no Brasil pressionam a Selic. (Imagem: Getty Images/Canva Pro)

As esperanças de um afrouxamento monetário rápido por parte do Banco Central estão caindo por terra. As expectativas do mercado apontam para a redução do ritmo de cortes na Selic, com um ajuste de 0,25 ponto percentual, ao invés de 0,50 pp. Com isso, a taxa básica de juros iria para 11,50% ao ano.

Índice Equus de Precificação da Selic (IEPS), pesquisa semanal da Equus Capital, mostra que probabilidade de mais um corte de 0,50 pp, até a última segunda-feira (22), era de 28,2%. Trata-se de uma queda nas expectativas, quando comparado com a semana anterior: na época, 86% dos economistas apostavam na manutenção do ritmo de cortes.

Pé no freio: Por que os economistas apostam em cortes menores na Selic

Segundo Felipe Uchida, head do departamento de análises quantitativas e sócio da Equus Capital, esse realinhamento nas projeções é resultado de dois fatores principais: dados econômicos robustos dos Estados Unidos e o aumento das incertezas fiscais no Brasil.

No primeiro caso, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) precisará ter mais confiança nos dados econômicos do país para começar a reduzir as taxas de juros dos Estados Unidos, atualmente entre 5,25% e 5,50%.

Já o segundo fator está relacionado à revisão para baixo da meta de resultado primário para os próximos anos. O projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025, encaminhado ao Congresso, prevê déficit primário zero para o período.

Vale lembrar que nas regras do arcabouço fiscal, aprovado no ano passado, determinam m superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, com intervalo de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB para cima ou para baixo. Além disso, a meta de 2026 foi alterada de superávit de 1% para 0,25% do PIB.

“Esses fatores contribuem para a redução das expectativas do mercado de um corte de 50 pontos-base na taxa de juros na próxima reunião do Copom em maio, agora tornando a expectativa de corte de 25 pontos-base dominante”, afirma Uchida.

A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) está marcada para o dia 8 de maio.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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