Semana de 4 dias no trabalho apresenta resultados positivos no Reino Unido

Um dos maiores testes do mundo sobre a semana de trabalho de quatro dias está na metade do caminho, e os primeiros resultados parecem bastante promissores.

Setenta empresas no Reino Unido iniciaram, em junho deste ano, um programa piloto de seis meses de uma semana de trabalho mais curta.

A organização sem fins lucrativos 4 Day Week Global, que está liderando a experiência, divulgou descobertas sobre o status do programa.

As empresas participantes receberam uma pesquisa de check-in no meio do teste com perguntas sobre como estava indo.

Dos 41 que responderam, 88% disseram que o novo cronograma estava funcionando “bem” para os negócios até agora, e 86% disseram que seria “provável” ou “extremamente provável” considerar manter uma semana de trabalho de quatro dias após o termino do piloto.

Para o CEO global da 4 Day Week, Joe O’Connor, as organizações no piloto do Reino Unido estão contribuindo com dados que valem ouro, “eles estão lançando as bases para o futuro do trabalho, colocando em prática uma semana de quatro dias, em todos os tamanhos de negócios e quase todos os setores”, afirmou em comunicado.

Produtividade em alta

O projeto piloto – que envolve 3.300 trabalhadores das mais diversas áreas, de serviços financeiros a restaurantes – propõe 100% do salário para uma jornada de 80% da semana habitual, mas com a promessa de manter 100% da produtividade.

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O CEO de uma das empresas participantes, Claire Daniels da Trio Media, disse no comunicado à imprensa que o teste até agora foi extremamente bem-sucedido, “a produtividade permaneceu alta, com um aumento no bem-estar da equipe, juntamente com nosso negócio com desempenho 44% melhor financeiramente.”

A possível queda na produção dos trabalhadores, uma das preocupações mais citadas sobre as semanas de trabalho de quatro dias, parece não estar sendo um problema como o esperado.

Os dados divulgados mostram que 46% dos entrevistados disseram que a produtividade de sua empresa permaneceu “em torno do mesmo nível”, 34% afirmaram que “melhorou ligeiramente” e 15% relataram que “melhorou significativamente”.

Novos desafios

Remover um dia da agenda da semana típica de trabalho parecer ser o aspecto mais desafiador do novo horário.

As empresas foram solicitadas a relatar como a transição para a semana de quatro dias foi em uma escala de 1, sendo extremamente desafiador, a 5, sendo extremamente suave.

Embora 29% dos entrevistados tenham escolhido 5 e 49% tenham escolhido 4, 20% deles selecionaram 3, em algum lugar no meio de desafiador e suave.

Para o diretor administrativo de outra empresa participante, Nicci Russell da Waterwise, “algumas semanas são mais fáceis do que outras e coisas como férias anuais podem dificultar a adaptação de tudo – mas estamos muito mais resolvidos com isso agora do que estávamos no início”, afirmou no comunicado.

Não é só no Reino Unido

A iniciativa não é só para os britânicos. No Brasil, essa já é uma realidade para muitos profissionais.

Por enquanto, a mudança tem sido adotada mais em companhias de tecnologia, como Crawly, NovaHaus, Winnin, AAA Inovação, Gerencianet e Eva Benefícios.

Muito antes do Coronavírus, a Islândia foi pioneira em um projeto como esse. Nova Zelândia, Espanha, Escócia, Portugal, Irlanda, Austrália, EUA, Canadá e Bélgica são outros países com iniciativas para semanas de trabalho mais curtas.

Para o CEO global da 4 Day Week, a implementação da iniciativa tem suas especificidades, “para muitos é uma transição bastante suave e para alguns há alguns obstáculos compreensíveis – especialmente entre aqueles que têm práticas, sistemas ou culturas comparativamente fixos ou inflexíveis que datam do século passado”, disse.

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