Opinião

Brasil, o país da sobremesa!

22 ago 2020, 16:01 - atualizado em 21 ago 2020, 20:21
BNDES
“Temos que reforçar o BNDES e usá-lo de maneira estratégica”, afirma Paulo Gala (Imagem: Reuters/Sergio Moraes)

“País de sobremesa. Exportamos bananas, castanhas-do-pará, cacau, café, coco e fumo. País laranja! (…). Os nossos economistas, os nossos políticos, os nossos estadistas deviam refletir sobre este resultado sintético da história pátria. Somos um país de sobremesa. Com açúcar, café e fumo só podemos figurar no fim dos menus imperialistas. Claro que sobremesa nunca foi essencial.” Oswald de Andrade, 1937.

Participei recentemente da Banca de mestrado do incrível trabalho de Felipe Augusto. O texto analisa 10 anos de política industrial no Brasil da ótica da complexidade econômica com foco nos financiamentos do BNDES.

A epígrafe de Oswald de Andrade que abre o trabalho de Felipe resume o porquê de nossa pobreza. O autor nos mostra como infelizmente nossas políticas industriais conduzidas de 2003 a 2013 reforçaram esse padrão produtivo no Brasil.

O banco foi pouco ousado, financiou atividades e produtos em que já tínhamos enormes vantagens comparativas. Não contribuiu para o surgimento de novas atividades e produtos mais complexos e sofisticados. Manteve e até reforçou o desenho de nossa estrutura produtiva.

Está cada vez mais difícil para o Brasil sair da armadilha da renda média. Continuaremos um país relativamente pobre e injusto. Temos que reforçar o BNDES e usá-lo de maneira estratégica como fazem China, Alemanha, Reino Unido, França, etc… Mudar a estrutura produtiva de um país no sentido de enriquecimento não é tarefa fácil. O mercado sozinho não consegue!

CEO/Economista da Fator Administração de Recursos FAR
Graduado em Economia pela FEA/USP. Mestre e Doutor em Economia pela Fundação Getúlio Vargas em São Paulo. Foi professor visitante nas Universidades de Cambridge UK em 2004 e Columbia NY em 2005. É professor de economia na FGV-SP desde 2002. CEO/Economista da Fator Administração de Recursos FAR.
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Graduado em Economia pela FEA/USP. Mestre e Doutor em Economia pela Fundação Getúlio Vargas em São Paulo. Foi professor visitante nas Universidades de Cambridge UK em 2004 e Columbia NY em 2005. É professor de economia na FGV-SP desde 2002. CEO/Economista da Fator Administração de Recursos FAR.
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