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SouthRock, dona do Starbucks e Subway no Brasil, pede recuperação judicial; lojas estão na corda bamba?

01 nov 2023, 0:05 - atualizado em 01 nov 2023, 13:48
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Operadora do Starbucks e de outras marcas estrangeiras no Brasil pede recuperação judicial e culpa pandemia e cenário de juros (Imagem: Wikimedia)

A empresa de private equity SouthRock Capital, operadora das marcas Starbucks e Subway no Brasil, entrou com pedido de recuperação judicial ontem (31).

O documento elaborado pela TWK Advogados, no qual o Money Times teve acesso, tem 30 páginas e cita dívidas de R$ 1,8 bilhão.

Contudo, tal processo não cita o Subway. Ao Money Times, a SouthRock diz que a marca Subway não faz parte do pedido de recuperação judicial “por uma decisão de negócios, tomada em conjunto com os parceiros comerciais”.

O fundo de investimento focado no setor de alimentos e bebidas também é dono da operação do centro de gastronomia Eataly e do TGI Fridays no país.

A empresa, do investidor norte-americano Ken Pope, entrou com o pedido de RJ em São Paulo alegando que “é onde são realizadas as operações comerciais que geram a maior parte das receitas e onde estão situados os ativos mais relevantes”.

A SouthRock explica que solicitou a recuperação judicial para proteger financeiramente algumas de suas operações no Brasil atrelado a decisões estratégicas para ajustar seu modelo de negócio ao atual cenário econômico.

“Os ajustes incluem a revisão do número de lojas operantes, do calendário de aberturas, de alinhamentos com fornecedores e stakeholders, bem como de sua força de trabalho tal como está organizada atualmente”, reforça.

Dívida vem de ‘covid-19, juros altos e câmbio volátil’

A SouthRock justifica que chegou à crise financeira em razão da “volatilidade das taxas de juros e constantes variações cambiais” no país.

Além disso, a empresa cita a pandemia de covid-19 como consequência para o endividamento bilionário.

Segundo a operadora do Starbucks e do Subway, suas vendas caíram 95% em 2020, primeiro ano da pandemia. A empresa também cita grande inadimplência de parte de seus parceiros comerciais no período.

Uso da marca Starbucks na corda bamba?

Na semana passada, a Starbucks Coffee International Inc. notificou a SouthRock com o pedido de rescisão imediata dos acordos de licença de uso da marca Starbucks no Brasil, segundo o processo judicial.

A empresa de private equity diz que recebeu a notificação “com absoluta surpresa”, uma vez que passou as últimas semanas tendo conversas com a companhia norte-americana.

A SouthRock alega que o faturamento bruto mensal do Starbucks no Brasil é de R$ 50 milhões, representando “relevantíssima” parcela do fluxo de caixa consolidado da operadora da marca.

Entretanto, mesmo com a dívida bilionária e o pedido de recuperação judicial, a SouthRock diz que mantém a operação da marca no país.

“Seguimos operando o Starbucks no Brasil e comprometidos em continuar trabalhando em estreita colaboração com nossos parceiros comerciais para desenvolver as marcas do seu portfólio no país. Alinhamentos sobre licenças fazem parte do processo de recuperação judicial e são realizados diretamente com esses parceiros”, diz a operadora ao Money Times.

O Starbucks tem 187 lojas do Brasil. Questionados se houve encerramento das atividades de algumas unidades, a SouthRock não respondeu.

Por sua vez, a marca TGI Fridays tem quatro unidades no país.

A atuação da dona do Subway no Brasil

  • 2015: Nasce a SouthRock, com foco na gestão e operação de marcas de alimentos e bebidas no Brasil
  • 2017: A Brazil Airport Restaurants, operadora multimarcas da empresa de private equity, abre as primeiras lojas em aeroportos
  • 2018: SouthRock torna-se licenciada da rede de cafeterias Starbucks e da rede de lanchonetes TGI Fridays no Brasil
  • 2019: Além de São Paulo e Rio de Janeiro, a empresa expande as operações das marcas e abre lojas em Minas Gerais, Santa Catarina, Brasília, Rio Grande do Sul e Paraná.
  • 2022: SouthRock assume o Subway no Brasil e compra a operação do centro gastronômico italiano Eataly, na capital paulista

Leia na íntegra o pedido de recuperação judicial:

*matéria atualizada às 13h48

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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