Opinião

Tarcísio em Paraisópolis: Por que é cedo para transformar tiroteio na “facada de 2022”

17 out 2022, 15:17 - atualizado em 17 out 2022, 15:17
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Cautela: não está claro que Tarcísio sofreu um atentado, diz secretário de segurança pública paulista (Imagem: Alan Santos/PR)

O secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, general João Camilo, jogou um balde de água fria na tentativa de Tarcísio de Freitas (Republicanos) politizar o tiroteio ocorrido nesta manhã (17), durante a visita do candidato à comunidade de Paraisópolis.

Logo após o episódio, Tarcísio afirmou ser vítima de um “atentado” que o levou a cancelar a visita ao primeiro Polo Universitário do bairro e sair escoltado por seguranças.

Embora frise que “nenhuma hipótese é dispensada” neste momento, Camilo ressaltou que “ainda é prematuro” concluir que o candidato ao governo paulista foi o alvo da ação dos criminosos.

A declaração do general é ainda mais emblemática, quando se lembra que seu chefe é Rodrigo Garcia (PSDB), governador que terminou a eleição em terceiro lugar e se apressou a apoiar a campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro, padrinho político de Tarcísio.

A cautela é compreensível, já que o caso tem um potencial explosivo de ditar os rumos do segundo turno não apenas em São Paulo, mas também no plano nacional. Afinal, é inevitável comparar o tiroteio de hoje à facada desferida em Bolsonaro em 2018, que o tirou da campanha, ao mesmo tempo em que ajudou a reduzir a rejeição à sua figura.

Na ocasião, os bolsonaristas insistiram em vincular o autor do atentado, Adélio Bispo, à campanha do petista Fernando Haddad, que disputava o segundo turno com o ex-capitão.

Quatro anos depois, Haddad agora é o adversário de Tarcísio, enquanto Luiz Inácio Lula da Silva lidera a corrida presidencial. Desde cedo, grupos bolsonaristas insinuam, com maior ou menor clareza, hipotéticos vínculos entre petistas e grupos criminosos.

Se a mais remota ligação for comprovada, Tarcísio encarnaria o papel de herói do bolsonarismo, que ganharia uma poderosa narrativa para virar o jogo na corrida presidencial, já que Haddad mantém vínculos estreitos com Lula.

Jair Bolsonaro
Fantasmas: se tiros contra Tarcísio foram intencionais, poderá servir de combustível para mudar os rumos da eleição nacional, como a facada que vitimou Bolsonaro em 2018 (Imagem: Twitter Jair Bolsonaro)

Não é por acaso que o general Camilo mediu cada palavra em suas declarações à imprensa. Por ora, tudo o que o secretário paulista afirmou é que “houve algum ruído” com “a presença de policiais” no local. Segundo o general, um indício de que o problema era a presença da polícia, e não de Tarcísio, é que o tiroteio teria ocorrido a “uns 50 metros” de onde o candidato estava.

Tarcísio foi surpreendido por troca de tiros em Paraisópolis nesta manhã

Tarcísio de Freitas (Republicanos), que lidera a corrida pelo governo de São Paulo, interrompeu uma visita à comunidade de Paraisópolis, na Zona Sul da capital paulista, nesta segunda-feira (17), após um tiroteio. O candidato deixou o local escoltado por seguranças.

Segundo as primeiras informações da imprensa, não está claro se o alvo era o candidato, ou seja, se ele foi vítima de um atentado. Em sua conta no Twitterr, porém, Tarcísio afirmou com todas as letras que seu grupo foi atacado “por criminosos”. Ele ainda informou que “um bandido foi baleado”.

Pelo Twitter, o candidato afirmou: “fomos atacados por criminosos” e destacou a rápida mobilização das forças de segurança. Por último, informou que “um bandido foi baleado”. Na coletiva de imprensa, o general Camilo esclareceu que o suspeito era Felipe Silva de Lima, que tinha passagens na polícia por roubo. Ele morreu.

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Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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