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Toyota diz que escolha do consumidor dita ritmo da eletrificação

15 jun 2022, 12:36 - atualizado em 15 jun 2022, 12:36
No Brasil, a companhia aposta em carros com motorização híbrida flex, capaz de funcionar a bateria, gasolina e etanol (Imagem: Pixabay/Admiral_Lebioda)

A Toyota rebateu os críticos que dizem que a montadora japonesa demorou para incluir veículos elétricos a bateria (BEV), argumentando que precisava oferecer uma variedade de opções de carros para atender a diferentes mercados e clientes.

Em sua assembleia geral anual na quarta-feira, a maior montadora do mundo em vendas reforçou sua posição de que continuará com tecnologias como veículos movidos a célula de combustível e híbridos, que nas últimas duas décadas a tornaram líder em carros mais limpos.

Além de tratar das preocupações sobre sua estratégia de eletrificação, os executivos da Toyota abordaram uma série de questões, incluindo planos de sucessão de presidentes-executivos e a atual escassez de chips.

Outrora uma das favoritas dos ambientalistas por seu popular modelo híbrido Prius, a Toyota foi criticada por não eliminar gradualmente os carros movidos à gasolina e por fazer lobby na política climática.

“O objetivo é a neutralidade de carbono”, disse o diretor de tecnologia da Toyota, Masahiko Maeda, na reunião, respondendo a perguntas enviadas pelo fundo de pensão dinamarquês AkademikerPension, que também pediu à Toyota que se abstenha de fazer lobby para minar a transição para os BEVs.

No entanto, “os clientes precisam escolher”, disse Maeda, para popularizar carros elétricos que incluem híbridos plug-in.

“A Toyota usou o pretexto das escolhas do cliente para evitar responder à pergunta sobre atividades de lobby… para retardar a transição para carros livres de combustível fóssil”, disse a AkademikerPension em comunicado após a assembleia de acionistas.

A Toyota argumenta que os híbridos ainda fazem sentido em mercados onde a infraestrutura não está pronta para suportar uma mudança mais rápida para os BEVs e está explorando a viabilidade de combustíveis verdes para carros com motor de combustão interna, incluindo hidrogênio.

No ano passado, a empresa se comprometeu a gastar 8 trilhões de ienes (60 bilhões de dólares) até 2030 para eletrificar seus carros, metade dos quais para o desenvolvimento de veículos totalmente elétricos.

Ainda assim, espera que as vendas anuais desses carros atinjam apenas 3,5 milhões de veículos até o final da década, ou cerca de um terço das vendas atuais.

No mês passado, a Toyota lançou seu primeiro veículo totalmente elétrico produzido em massa no mercado interno do Japão, embora apenas para locação, enquanto os modelos híbridos gasolina-elétricos continuam muito mais populares no Japão.

No Brasil, a companhia aposta em carros com motorização híbrida flex, capaz de funcionar a bateria, gasolina e etanol.

Próximo CEO

Questionado sobre o planejamento de sucessão, o presidente-executivo Akio Toyoda, que liderou a empresa por 13 anos, disse que estava “pensando no momento e na escolha de um sucessor”.

Não houve indicação de que Toyoda planeja renunciar.

Toyoda, 66 anos, neto do fundador da empresa Kiichiro Toyoda, conduziu a empresa quando as vendas da Toyota caíram após o recall de milhões de veículos e a empresa registrou bilhões de dólares em perdas.

“Eu escolheria alguém que entenda a filosofia da empresa como meu sucessor”, acrescentou.

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