CryptoTimes

Trader lucra US$ 1,1 milhão em poucas horas com a ‘memecoin’ que saltou 21.000%; questão é que ele nem é ‘humano’

19 abr 2023, 15:58 - atualizado em 19 abr 2023, 15:58
criptomoeda meme memecoin pepe
A criptomoeda pepe (PEPE) foi lançada no último domingo ( 16) e já chegou a se valorizar 21.000% nos últimos três dias, somando US$ 30 milhões em volumes de negociação na corretora descentralizada Uniswap (UNI) (Imagem: Montagem/Envato Images)

A criptomoeda meme novata no mercado, Pepe, que disparou 21.000%, gerou um lucro de US$ 1,1 milhão para o trader de nome “jaredfromsubway.eth”. Apesar de os números saltarem aos olhos, a grande questão é que não foi ele quem negociou, mas sim um robô programado para executar as transações.

Além disso, as negociações sequer foram operações comuns. Trata-se de ataques a brechas que duram segundos nos contratos inteligentes da rede Ethereum, onde foi emitido a “memecoin”.

Estes ataques são chamado de “ataque sanduíche”, também conhecido como “front-running”, ou na tradução livre, “correndo na frente”. A “memecoin” pepe (PEPE) foi lançada no último domingo ( 16) e já chegou a se valorizar 21.000% nos últimos três dias, somando US$ 30 milhões em volumes de negociação na corretora descentralizada Uniswap (UNI).

  • Almoço grátis no mercado cripto? Veja como ter a chance de ganhar lote de 50 criptomoedas DE GRAÇA antes que elas sejam listadas na Binance. Acesse aqui o passo a passo.

A “memecoin” chegou a atingir uma capitalização de mercado de até US$ 33 milhões na manhã de terça-feira (18), segundo dados do TradeMap e Etherscan.

Como trader lucrou US$ 1,1 milhão com a memecoin de sapo?

Para explicar o que aconteceu, é importante frisar que as negociações na rede Ethereum utilizam taxas para que sejam concluídas. Seja uma ordem de compra ou venda, toda negociação exige uma taxa onde parte é enviada aos validadores e outra parte é tirada de mercado.

Os usuários podem ajustar a margem de quanto aceitam pagar por transação. Porém, quanto maior for o preço, mais rápido a ordem será executada.

É nesse ponto que o trader lucrou US$ 1,1 milhão em poucas horas. Ou seja, em um “ataque sanduíche”, um robô identificou uma transação pendente de um usuário qualquer e escolhe o alvo.

Depois, há o envio de uma transação com uma taxa, chamada também de “gás”, mais alta para comprar a criptomoeda pouco antes do alvo escolhido, causando assim uma mudança de preço. Essa diferença, ou “spread”, é correlacionada à margem de lucro que o robô terá na venda.

Isso porque logo após enviar a ordem de compra, o robô executa rapidamente outra transação para vender a criptomoeda para o mesmo usuário que havia sido escolhido como alvo, aproveitando a mudança de preço e vendendo mais caro para ele.

Esse movimento é possível devido à transparência do blockchain, onde todas operações são públicas e semi-anônimas. Ou seja, valores e partes aparecem em registros sem que seja possível ligar à pessoa física responsável pela operação.

O “ataque do sanduíche” é altamente lucrativo em tokens de baixa liquidez, como é o caso do PEPE e outras “memecoins”, como Shiba Inu ou Doge Coin, pois os traders normalmente programam suas ordens com um “spread” mais alto, para viabilizar a aquisição.

O ataque sanduiche é muito comum no ambiente de finanças descentralizadas (DeFi) por se tratar de robôs que atuam extraindo informações do blockchain, e aproveitando de brechas nos contratos inteligentes.

A prática, legalmente não é crime, por não se tratar de um mercado totalmente regulado. Entretanto, é mal vista dentro da comunidade de criptomoedas, já que encarece as taxas da rede e prejudica os demais negociantes.

O perfil no Twitter “sealaunch.xyz”, empresa que analisa dados extraídos do blockchain, mostra como as operações foram feitas pelo trader e acompanha a saga em tempo real.

“Depois de fechar o dia de ontem com um lucro próximo a $ 1M, jaredfromsubway.eth MEV bot já está lucrando perto de $ 400K hoje”, escreveu.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
Twitter Linkedin
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
Twitter Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.