Internacional

Traders de títulos cortam apostas em perdas com vitória de Biden

27 out 2020, 15:54 - atualizado em 27 out 2020, 15:54
Bull Market Mercados
A mudança contra o risco desencadeou a maior queda diária nas posições de títulos de prazo mais longo em contratos futuros desde pelo menos agosto (Imagem: Reuters/Brendan McDermid)

Uma semana antes das eleições nos Estados Unidos, operadores de títulos que apostam em uma ampla vitória democrata começam a recuar.

Traders de contratos futuros de títulos do Tesouro reduziram uma posição vendida recorde em prazos mais longos na segunda-feira, depois que as negociações de estímulo fiscal estagnaram e as bolsas despencaram em meio a novas preocupações sobre a pandemia e perspectivas econômicas.

A mudança contra o risco desencadeou a maior queda diária nas posições de títulos de prazo mais longo em contratos futuros desde pelo menos agosto.

A queda chegou a cerca de 13.500 contratos, de acordo com dados da CME Group divulgados na terça-feira.

O rendimento dos títulos do Tesouro de 20 anos, o vencimento subjacente para esses contratos futuros, teve a maior queda em cerca de duas semanas na segunda-feira, e o título ampliou o rali na terça-feira.

Até o início desta semana, investidores alavancados montaram a maior aposta de todos os tempos em perdas dos títulos futuros, na expectativa de que uma ampla vitória democrata em novembro abriria caminho para estímulos em grande escala e rendimentos mais elevados.

Na sexta-feira, dúvidas sobre essa narrativa já surgiam no mercado de opções, em parte pela sensação de que parte do posicionamento poderia ser exagerado.

Há a preocupação óbvia de que o dia da eleição possa trazer uma reação inesperada nos mercados, mesmo se as pesquisas se confirmarem e o democrata Joe Biden ganhe a Casa Branca e seu partido também leve o Senado. E, com o aumento dos casos de coronavírus, o rumo da economia nos próximos meses parece cada vez mais incerto.

“Há muito dinheiro circulando nas duas direções”, disse Michael Shaoul, diretor-presidente da Marketfield Asset Management. “Até mesmo uma vitória de Biden pode levar a uma nova reversão das apostas, mas não há potencial para uma compressão em massa.

Qualquer movimento real nos rendimentos pode não ocorrer até 2021”, quando as perspectivas para estímulos e inflação se tornarem mais claras.

Joe Biden
Há a preocupação óbvia de que o dia da eleição possa trazer uma reação inesperada nos mercados, mesmo se as pesquisas se confirmarem e o democrata Joe Biden ganhe a Casa Branca (Imagem: Facebook/Joe Biden)

No mercado de opções, dúvidas sobre a narrativa da ampla vitória democrata

já despontavam na última semana. As apostas eram de que os rendimentos dos títulos do Tesouro de 10 anos não subiriam além de 1%, incluindo uma posição de US$ 31 milhões com aposta em volatilidade limitada. Na segunda-feira, outra aposta no mesmo sentido foi feita, de acordo com dados do mercado.

A posição vendida recorde em futuros aumentou nas últimas semanas na ponta longa da curva do Tesouro, impulsionada por pesquisas que sugerem uma vitória clara de Biden e com os democratas potencialmente ganhando o Senado.

Pesquisa com clientes do JPMorgan Chase divulgada na terça-feira confirmou que as posições vendidas cresceram na semana passada, às custas das compradas.

Mas esta semana foi no lado oposto dessas apostas, mesmo após dados de bens duráveis mais fortes do que o esperado na terça-feira, outro sinal de que investidores podem querer reduzir posições vendidas antes da eleição.

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