Comprar ou vender?

UBS insiste que tombo da Petrobras foi um baita exagero e dá 5 motivos para ter calma

23 fev 2021, 10:18 - atualizado em 23 fev 2021, 10:24
Petrobras
Muito em jogo: para UBS BB, minoritários e governança estão mais fortes na Petrobras, do que antes (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

Depois de surpreender o mercado ontem (22), mantendo sua recomendação de compra para as ações da Petrobras (PETR3; PETR4), enquanto os papéis tombavam na B3 e analistas diziam para os investidores venderem os papéis, o UBS BB voltou à carga nesta terça-feira (23) com um novo relatório.

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Segundo a instituição, o mercado exagerou bastante no tombo de 21% com que as ações da estatal fecharam o pregão, em resposta à decisão do presidente Jair Bolsonaro de substituir Roberto Castello Branco pelo general Joaquim de Silva e Luna no comando da companhia.

“Cremos que esse desempenho é exagerado e se trata de uma resposta exacerbada ao recente fluxo de notícias”, afirmam Luiz Carvalho e Gabriel Barra, que assinam o relatório do UBS BB de hoje.

Por isso, a instituição reafirmou sua recomendação de compra dos papéis da Petrobras, com preço-alvo de R$ 31 para as preferenciais (PETR4).

Motivos para crer

Para a dupla, há cinco motivos que justificam uma visão menos emotiva e mais racional da empresa, mesmo com a vindoura troca de comando.

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O primeiro é que, apesar de tudo, os preços praticados pela Petrobras estão muito perto da paridade com os combustíveis importados. O segundo é a estimativa do UBS BB de que a estatal entregará cerca de 35% de fluxo de caixa livre neste ano. Além disso, os analistas veem a Petrobras negociando por um múltiplo de 3,5 vezes o Valor da Empresa/Ebitda.

O quarto motivo é o fato de a companhia ser uma exportadora líquida (exportações menos importações) de óleo cru. Por último, a empresa está mais protegida por melhores mecanismos de governança corporativa que no passado.

“Para nós, neste ponto, a assimetria parece pender para a alta”, afirmam os analistas.

Segundo o UBS BB, a reação exagerada do mercado, ontem, é justificada pelos “fantasmas do passado” que assombraram a estatal, mas a situação melhorou e não há motivos para pânico.

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Joaquim Silva e Luna
Restrições: Silva e Luna terá pouco espaço para políticas arbitrárias de preços, segundo o UBS BB (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

“A atual estrutura regulatória da Petrobras é muito diferente da de cinco ou dez anos atrás”, afirmam. “Hoje, vemos uma reação imediata da CVM, bancas de advocacia manifestando o direito de os minoritários apresentarem uma ação coletiva contra o governo brasileiro, e o Ministério Público exigindo explicações do governo”, listam.

O UBS BB acrescenta que, “acima de tudo, as leis e estatutos mais rígidos indicam que mudanças que possam ferir os melhores interesses dos minoritários são mais difíceis hoje, e com um custo político potencialmente maior”.

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Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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