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Unidade de carros elétricos da Evergrande já dá calote em fornecedores

23 set 2021, 14:25 - atualizado em 23 set 2021, 14:25
Evergrande
A maioria dos funcionários da Evergrande NEV recebe o pagamento no início do mês e outra parcela no dia 20. No entanto, alguns gerentes de nível médio ainda não receberam (Imagem: Alamy; Getty Images/Bloomberg)

A unidade de veículos elétricos (VE) da China Evergrande não pagou os salários de alguns funcionários e atrasou o pagamento de diversos fornecedores de equipamentos de fábrica, segundo pessoas a par do assunto, um sinal de que a crise de dívida da incorporadora já atinge outros segmentos do grupo imobiliário.

Com os problemas de caixa, a China Evergrande New Energy Vehicle deve enfrentar dificuldades para cumprir a meta de iniciar entregas em grande escala no próximo ano, considerando que a produção experimental de veículos elétricos nas fábricas em Xangai e Guangzhou foi desacelerada, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas.

A maioria dos funcionários da Evergrande NEV recebe o pagamento no início do mês e outra parcela no dia 20. No entanto, alguns gerentes de nível médio ainda não receberam a segunda parcela de setembro, disseram as pessoas.

Ao mesmo tempo, vários fornecedores de equipamentos começaram a retirar funcionários das unidades de Xangai e Guangzhou no início de julho, devido ao não pagamento de máquinas nas fábricas da Evergrande NEV.

A função desses funcionários era fazer ajustes nos equipamentos de produção e corrigir quaisquer problemas, disseram as pessoas. Como já não estão disponíveis, a Evergrande NEV agora depende da própria equipe, que não está tão familiarizada com os equipamentos. Com isso, poucos carros de teste são fabricados diariamente.

Representantes da Evergrande NEV não responderam de imediato a pedidos de comentário.

O estresse financeiro enfrentado pela controladora da Evergrande NEV se agravou nas últimas semanas, o que levou alguns a descreverem o potencial contágio como Momento Lehman da China, com a ameaça de que os riscos associados à Evergrande congelem os mercados de crédito globais.

A gigante imobiliária, cujos ativos também abrangem bancos e empresas de mídia, tem dívidas totais de US$ 300 bilhões e enfrenta a possibilidade de default no pagamento de títulos. Investidores agora aguardam sinais do governo chinês sobre uma possível solução para a crise sob o risco de um colapso caótico da incorporadora.

A Evergrande NEV sinalizou no balanço semestral divulgado no mês passado que pode ter que atrasar a produção de automóveis, a menos que garanta mais capital no curto prazo. A empresa registrou prejuízo de 4,8 bilhões de yuans (US$ 744 milhões) nos seis meses até 30 de junho.

A startup, que prometeu em março de 2019 tirar a liderança da Tesla de Elon Musk e se tornar o maior fabricante mundial de veículos elétricos em cinco anos, apresentou nove modelos sob sua marca Hengchi, mas ainda não produziu um único carro em grande escala.

A empresa chamou a atenção no Salão do Automóvel de Xangai este ano, com todos os nove protótipos em exibição e promessas de 5 milhões de carros fabricados por ano até 2035.

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