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US$ 50 bilhões em criptomoedas deixaram a China no último ano

20 ago 2020, 15:53 - atualizado em 20 ago 2020, 15:53
A China restringe a transferência de recursos por pessoas físicas para o exterior ao equivalente a US$ 50.000 por ano (Imagem: Pixabay/RABAUZ)

Aproximadamente US$ 50 bilhões em ativos em criptomoedas saíram da China no último ano, em uma possível indicação de que investidores estão se esquivando das regras que limitam a quantia que podem tirar do país, de acordo com a Chainalysis, que faz pesquisa forense de blockchain.

A polêmica criptomoeda Tether foi responsável por mais de US$ 18 bilhões em saídas do Leste Asiático no período, segundo relatório divulgado na quinta-feira. A Tether é considerada moeda virtual estável (stablecoin) porque seu valor é atrelado ao dólar.

“Stablecoins como Tether são particularmente úteis na fuga de capitais, já que o valor atrelado ao dólar significa que os usuários que vendem grandes quantias em troca da moeda fiduciária de sua escolha sabem que é improvável que perca valor quando buscarem comprador”, afirmou a Chainalysis no relatório.

A China restringe a transferência de recursos por pessoas físicas para o exterior ao equivalente a US$ 50.000 por ano. Chineses ricos contornavam essa regra no passado fazendo investimentos imobiliários no exterior ou criando empresas de fachada, segundo a Chainalysis. Não se sabe quanto dos US$ 50 bilhões ou das transferências de Tether representam fuga de capitais.

“A Tether substituiu o dólar para muitas pessoas na China”, afirmou Dovey Wan, sócio fundador da firma de investimentos em criptomoedas Primitive Ventures, no relatório. “Muitos empreendimentos e comerciantes chineses, especialmente os que trabalham no exterior, agora aceitam Tether.”

Tether é uma das criptomoedas mais controversas em um mercado de muitas moedas questionáveis.

“Tethers não são uma panaceia nem substituto para a moeda fiduciária”, afirmou ele no relatório. “Liquidação rápida, profunda liquidez, taxas baixas e preço estável associados às Tethers criaram oportunidades únicas para operadores de criptomoedas, remessas, produtos de empréstimo e instrumentos que funcionam como porto seguro para pessoas em jurisdições com moedas fiduciárias menos estáveis.”

Comerciantes usam Tether para transações internacionais, acrescentou Kim Grauer, chefe de pesquisa da Chainalysis e autora do relatório, durante uma entrevista. Mais e mais firmas chinesas que fazem negócios na América Latina, por exemplo, estão aceitando Bitcoin e Tether como pagamento.

No caso da Tether, ela disse: “Mesmo que o lado clandestino não esteja resolvido, o lado da demanda existe.”

O governo chinês proibiu a troca de yuans por criptomoedas em 2017. Usuários conseguem contornar a proibição usando uma vasta rede de corretoras irregulares que trocam yuans por Tethers, constatou o relatório da Chainalysis. O link para a bolsa Bitfinex é a chave para a predominância da Tether na Ásia.

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