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Usina falida (mas funcionando) de condenado na Lava Jato vai à terceira tentativa de venda

17 fev 2021, 8:57 - atualizado em 17 fev 2021, 9:08
Usina São Fernando de Dourados à venda por propostas a partir de R$ 200 milhões (fontes: Datagro/Agriplanning)

A Usina São Fernando moeu 1 milhão de toneladas de cana o ano passado. Nesta safra, planeja 600 mil. De diferente, é a que a empresa, que pertenceu à família de José Carlos Bumlai, condenado na Operação Lava Jato, é uma massa falida mas ainda em operação, e que agora vai para sua terceira tentativa de venda.

O edital de alienação já está no mercado e as consultorias Datagro e Agriplanning, responsáveis pelo negócio por mandato do administrador judicial, estão dando prazo até 26 de fevereiro para recebimento das propostas.

Por menos de R$ 200 milhões VPL (valor presente líquido) não serão aceitas propostas dessa unidade de Dourados (MS), cuja capacidade instalada de moagem é 4,5 milhões de toneladas de cana, e produção 330 mil/t de açúcar e 150 mil m³ de etanol anidro.

No teaser público de apresentação do negócio, não consta se a empresa, em falência desde 2017, cogera energia elétrica.

A São Fernando foi considerado um projeto ambicioso à época da sua inauguração, em 2009, que coincidia também com o boom da sucroenergia no Mato Grosso do Sul.

Mas durou pouco o fôlego. Já em 2013 a empresa de Bumlai – condenado a quase 10 anos em 1ª instância por corrupção e gestão fraudulenta -, e dos filhos entrou em recuperação judicial, e, sem conseguir sucesso na solvência, teve a falência decretada 4 anos mais tarde.

A atividade operacional ainda mantida pelo administrador pode ser um diferencial, segundo a Datagro e Agriplanning, pois assegura os salários, “em dia”, e evita a deterioração dos ativos físicos, como instalações e equipamentos.

No teaser público não há informações sobre ativos em terras da São Fernando.

 

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.