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Mercado joga a toalha com Petrobras (PETR4) e etanol derrete; se estabilizar será por ajuste

01 jun 2022, 13:55 - atualizado em 02 jun 2022, 10:41
Usinas Indústria Etanol Bicombustível
Etanol está saindo mais das usinas, mas não tem tanta oferta assim para pressionar (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

Em dois dias o etanol hidratado derreteu mais de 15,5% nas distribuidoras do hub de Paulínia (SP). Só ontem perdeu 8,26%, no levantamento do Cepea.

Caso nesta quarta (1) haja estabilização nos preços ou recuo menor, será só por mero descongestionamento da cadeia do que foi produzido nos últimos dias.

Pode ser “irracionalidade do mercado esses dias, já que não era para cair tanto”, ou uma mistura de expectativas em cima das mudanças que poderão vir sobre a cobrança de ICMS dos biocombustíveis, aprovadas na Câmara, como soma o trader Paulo Strini, mas também embute o descrédito quanto a qualquer ação da Petrobras (PETR4).

O petróleo já circulou nos US$ 120 o barril do tipo Brent em Londres, e, hoje, retomou a alta após o refresco da véspera, em mais cerca de 1,70%, a US$ 117,36.  A gasolina já está defasada em cerca de R$ 0,60 o litro.

Seria o caso de a estatal remarcar os preços dos derivados nas refinarias. Só essa expectativa já serviria a criar um certo endurecimento das usinas e distribuidoras sobre as ofertas.

Porém, o mercado está vendo a dificuldade de o presidente da petrolífera, Caio Paes de Andrade, e Adolfo Sachisda, ministro de Minas e Energia (MME) forçarem o reajuste ainda novos nos seus cargos e sob o peso do presidente Jair Bolsonaro pressionando, num momento de novo arranque de Lula nas pesquisas, disse em off um interlocutor do setor.

Por enquanto, usinas e distribuidoras jogaram a toalha e o etanol entra em liquidação, inclusive porque a safra vai ganhando mais corpo no Centro-Sul, no entanto com a oferta ainda sem muito poder de pressão.

Mesmo porque, para Strini, executivo do Grupo Triex, está no radar uma safra de cana com recuperação mais parcial do que se esperava. Ele desce a produção de cana a 540 a 545 milhões de toneladas.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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