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Vale (VALE3) fechou os olhos para alegações de corrupção, diz bilionário Steinmetz

01 fev 2022, 12:23 - atualizado em 01 fev 2022, 12:23
Vale
A Vale acusa Steinmetz e cinco pessoas ligadas à sua empresa BSGR de facilitar contratos avaliados em bilhões de dólares para a mina Simandou (Imagem: Reuters/Washington Alves)

O bilionário Beny Steinmetz revidou a acusação de fraude da Vale (VALE3), afirmando que a mineradora brasileira estava bem ciente das alegações de que os direitos de mineração que concordou em comprar na Guiné foram obtidos de forma ilegal.

A Vale acusa Steinmetz e cinco pessoas ligadas à sua empresa BSGR de facilitar contratos avaliados em bilhões de dólares para a mina Simandou, que supostamente foram obtidos por meio de subornos.

Advogados de Steinmetz, 65 anos, acusaram a Vale de estar “preparada para correr o risco” em troca de impedir rivais, incluindo a Rio Tinto, de expandir atividades no local, segundo documentação preparada para a audiência.

“Eles não são vítimas inocentes da corrupção”, declarou Justin Fenwick, advogado de Steinmetz, a um tribunal superior em Londres nesta terça-feira.

“Houve determinação obstinada da Vale para obter acesso” e “fechar os olhos para a própria consciência, conforme registrado por seus próprios documentos, das alegações de corrupção”, disse Fenwick.

Os advogados da Vale negam as acusações e dizem que “não sabiam nada desses assuntos na época” e não ficaram sabendo “por um tempo substancial depois disso”, de acordo com documentos apresentados ao tribunal.

‘Farsa’ na diligência

O julgamento, com duração prevista de 11 semanas, é o mais recente capítulo de uma saga de 12 anos sobre o controle de um dos depósitos minerais mais abundantes do planeta. É também mais um drama jurídico para Steinmetz, que há um ano foi condenado na Suíça por suborno relativo aos direitos de exploração de Simandou.

Os advogados do empresário israelense também alegam que a Vale planejava se separar da BSGR e negociar com o governo da Guiné para obter direitos de exclusividade. Esse plano incluía uma suposta “farsa” no processo de diligência que a Vale usaria para se proteger, argumentaram os advogados de Steinmetz.

Segundo os advogados da Vale, é “implausível” que a diligência realizada por um importante escritório de advocacia de Londres seja falsa.

“A última coisa que fariam seria contratar advogados especializados e investigadores para conduzir (investigações) profissionais”, afirmou a advogada da Vale, Sonia Tolaney, em documentos submetidos ao tribunal.

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