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Viajar de ônibus não fica atrás das primeiras classes das aéreas, diz diretor de marketing da ClickBus

12 jun 2022, 12:30 - atualizado em 20 jun 2022, 10:25
Ônibus
“Quando se compara um ônibus leito, ele não fica muito atrás (ou nem atrás) de muitas primeiras classes de avião”, pontua o diretor de marketing da ClikBus (Imagem: Divulgação/ClickBus)

O mercado rodoviário tem conseguido absorver as mudanças dos últimos anos. Pessoas que antes não tinham costume de viajar de ônibus passaram a levar em conta esse meio de locomoção, dado o cenário de inflação dos combustíveis, que coloca pressão adicional nas passagens aéreas, a economia ainda fraca e o poder de compra mais limitado do consumidor brasileiro.

Gustavo Reis, diretor de marketing da ClickBus, disse, citando as companhias aéreas, que muitos setores estão se tornando “primitivos”. Na visão do executivo, mesmo o segmento de aviação tendo crescido nos últimos anos, o serviço se tornou limitado, com as empresas oferecendo passagens de alto custo que nem sempre as pessoas estão dispostas a pagar.

De acordo com Reis, isso faz com que o modal de ônibus seja muito mais competitivo e atrativo, levando vantagem sobre as aéreas. Entretanto, o preço não foi o único pilar destacado por ele.

Em entrevista exclusiva ao Money Times, o diretor pontuou que, em termos de conforto, o ônibus não fica atrás das companhias de avião. Para o executivo, viajar de avião pode ser, em muitos casos, mais fácil e rápido, mas não necessariamente mais confortável.

“Quando se compara um ônibus leito, ele não fica muito atrás (ou nem atrás) de muitas primeiras classes de avião”, pontua.

“Não vemos o setor aéreo como concorrente”

Questionado se o setor aéreo “batia de frente” em termos de concorrência com o turismo de ônibus, Reis diz que as aéreas podem competir com o modal, assim como compete com outros modelos, como o de carro compartilhado, mas não confronta de maneira direta.

O executivo pontua que o tipo de oferta, a capilaridade e a flexibilidade do turismo de ônibus são diferentes das aéreas. Em muitos casos, o modal rodoviário trabalha até como um serviço complementar.

O diretor destaca que o modal rodoviário tem uma ampla capilaridade, ponto importante se considerar a restrição de oferta por parte das aéreas em relação aos ônibus.

“Qualquer cidade tem uma rodoviária, mas a maioria das cidades não tem um aeroporto. Enquanto no Brasil nós temos 120 aeroportos, temos 5.500 cidades”, destaca.

Segundo o executivo, a capilaridade anda aliada à flexibilidade do consumidor. Com muitos ônibus saindo – e a qualquer horário -, o cliente tem mais praticidade caso precise, por ventura, trocar a sua passagem.

A digitalização dentro da ClickBus

De acordo com Reis, a pandemia impulsionou uma série de mudanças que estavam em curso. A principal delas é a digitalização.

O diretor de marketing destaca que já via a digitalização acontecendo em diversos movimentos e mercados, e que a própria ClickBus cresce em cima dessa digitalização e aposta em olhar para ela.

A empresa não tem o artigo físico, mas o marketplace.

“Atualmente, o maior marketplace de passagens rodoviárias da América Latina, com uma grande força e uma base robusta de clientes”, afirma o diretor.

A companhia trabalha em duas frentes: vendas B2C (consumidor) e B2B (empresa).

Para Reis, a vantagem do B2C da ClickBus sobre as aéreas é que os clientes podem encontrar diversos tipos de ofertas a qualquer preço e promoções.

Já o B2B é uma via onde a ClickBus olha para toda a solução tecnológica, para que as empresas parceiras consigam desenvolver os seus canais digitais e puxar os seus negócios.

O diretor de marketing reforça que 100% das empresas que colocam suas ofertas de passagens na plataforma são reguladas e possuem todos os selos e certificações possíveis, com uma série de estruturas e pré-requisitos que precisam seguir, e isso confere qualidade e segurança. Nas buscas por passagens, estão inclusas as qualificações dos selos no momento da compra.

Bons agouros para a ClickBus?

Dados da ClickBus mostram que o 1T22 do setor foi 181% superior em vendas de passagens rodoviárias online, quando comparado com o mesmo período em 2019. Em comparação com o último ano, o crescimento foi de 117%.

O CEO da ClickBus, Phillip Klien, destaca que, além da maior demanda no pós-vacina, existe uma mudança no comportamento de viagem.

“Os brasileiros estão redescobrindo os destinos nacionais e, consequentemente, o ônibus como meio de transporte para a sua viagem, tendo em vista que o modal é um dos mais democráticos do país, tanto em preço quanto em oferta e o que possui a maior capilaridade. O que explica, em partes, o crescimento do mercado nesse primeiro tri”, afirma o executivo.

A ClickBus tem planos de crescimento agressivos, com 2022 se mostrando melhor que 2021, considerado até então o melhor ano da companhia. A expectativa da empresa é crescer 80% este ano.

Sobre as vendas de passagens, nos primeiros cinco meses de 2022 a ClickBus já nota um crescimento de 131% em relação ao mesmo período do último ano.

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Repórter
Graduanda em jornalismo pela Universidade Estácio de Sá. Tem experiência cobrindo mercados, ações, investimentos, finanças, negócios, empreendedorismo, franquias, cultura e entretenimento. Ingressou no Money Times em 2021.
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