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Visa envia pedido de patente para “moeda fiduciária digital”

15 maio 2020, 8:59 - atualizado em 15 maio 2020, 8:59
Mastercard Visa Cartão de Crédito
Apesar de ser um passo bem grande de uma empresa tradicional, a tal moeda digital seria um caso de uso para bancos centrais, com um órgão governamental que controla a emissão da moeda (Imagem: REUTERS/Kevin Lamarque)

Visa enviou um pedido de patente para uma “moeda fiduciária digital” e uso de caso pode ser para bancos centrais.

Nesta quinta-feira, o Escritório de Marcas e Patentes dos Estados Unidos (USPTO) publicou o pedido de patente da Visa, inicialmente enviado em novembro de 2019, de acordo com a Forbes.

Pode ser que a patente seja uma forma de ligar as vantagens fornecidas por criptomoedas com as fornecidas por moedas emitidas tradicionalmente por governos. De acordo com o pedido:

Sistemas de criptomoedas têm vantagens sobre sistemas de moedas fiduciárias. Por exemplo, transferências de criptomoedas também podem ser mais rápidas do que transferências convencionais.

Por fim, já que algumas criptomoedas usam blockchain, tais criptomoedas são confiáveis, pois blockchains são registros imutáveis de transações.

Embora criptomoedas tenham suas vantagens, não são sujeitas a regulamentações como as moedas fiduciárias.

Além disso, não é prático que governos convertam completamente seus sistemas de moedas fiduciárias para criptomoedas, já que criptomoedas devem ser usadas com dispositivos eletrônicos.

Parte da população de um país pode não possuir dispositivos eletrônicos, então uma conversão completa de fiduciárias para criptomoedas não é algo prático.

O pedido acrescenta: “Incorporações dessa invenção resolvem várias questões, tanto no âmbito individual como no coletivo”.

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Apesar do conceito de “moeda digital”, Visa não fornece nenhum tipo de conceito que remeta à descentralização (em que não há um poder central que controla as moedas), algo inerente no setor cripto (Imagem: Pixabay/petre_barlea)

Embora pareça ser uma grande migração da estrutura de criptoativos, a moeda fiduciária digital teria uma “entidade central” que pretende “manter o controle sobre um sistema monetário”. O pedido explica que tal entidade poderia ser um emissor governamental de moedas ou um banco central.

“Uma ‘entidade central’ pode ser uma entidade que regulamenta algo. Uma entidade central pode ser um banco central, que regulamenta um fornecimento monetário. Uma entidade central pode implementar uma política monetária e emitir moedas. Uma entidade central pode manter direitos exclusivos para criar ou eliminar moedas em uma região, como um país. Uma entidade central pode estar associada com um governo de tal país”, explica o pedido.

Visa também inclui onze menções sobre a Ethereum. De fato, indica que a Ethereum poderia fazer parte dessa implementação. Hyperledger Fabric também é mencionada como outra plataforma blockchain para possível uso em tal sistema.

Um porta-voz da Visa contou à Forbes que “nem todas as patentes resultarão em novos produtos ou recursos”.

Mas J. Christopher Giancarlo, ex-presidente da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês), comentou que o próprio pedido de patente é uma prova de que empresas privadas estão dispostas a trabalhar com o governo e reinventar a forma como o dinheiro funciona.

“Isso confirma que, quando os EUA realiza grandes feitos, como o programa espacial e a internet, existem parcerias entre os setores público e privado”, disse Giancarlo. “Esse pedido de patente é evidência de que o setor privado está desenvolvendo o futuro do dinheiro.”

Durante a conferência virtual TMC do JPMorgan, Alfred Kelly, CEO da Visa, disse considerar moedas digitais lastreadas por uma moeda fiduciária como uma possível tecnologia de pagamentos emergente.

“Eu acho que [moedas digitais lastreadas por fiduciárias] são reais — são uma possível tecnologia de pagamentos emergentes que podem ser bem interessantes. E por terem relação com essas, apoiamos o caso [de uso] das moedas digitais. Na verdade, achamos que moedas digitais poderiam ser acrescentadas ao ecossistema de pagamentos em vez de serem um tipo de substituição ou aspecto negativo”, afirmou Kelly.

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