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5 ações para investir se Lula ganhar as eleições, segundo a Genial

27 set 2022, 12:18 - atualizado em 27 set 2022, 14:38
Lula
Se Lula ganhar as eleições, os investidores devem priorizar ações que se beneficiam de juros altos (Imagem: Flickr/ Lula Oficial/Ricardo Stuckert)

Na reta final da corrida eleitoral, o mercado passa por um momento de cautela, em que investidores têm fugido de ativos mais arriscados.

Já de olho no resultado das eleições, em um possível cenário de vitória do ex-presidente Lula (PT) — que atualmente lidera as pesquisas de intenções de voto —, os investidores devem priorizar ações que se beneficiam de juros altos, avaliam os analistas da Genial Investimentos.

Nesse cenário, a corretora recomenda cases defensivos, expostos aos programas setoriais que devem ser fortalecidos, ou exportadoras que devem se beneficiar da desvalorização do real e com receitas que não dependem das condições do mercado interno.

De acordo com os analistas, uma vitória do candidato petista deve beneficiar as ações de PRIO (PRIO3), Bradesco (BBDC4), MRV (MRVE3), Eletrobras (ELET3) e Yduqs (YDUQ3).

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Onde investir se Lula ganhar as eleições?

PRIO

Os analistas da Genial elegem a PRIO como um case interessante para um possível cenário de vitória de Lula, pois a ação tem exposição a um modelo de negócio em que o preço da commodity não é diretamente afetado pelas condições macroeconômicas locais em termos de perspectivas de crescimento.

Além disso, como a empresa é exportadora, uma eventual desvalorização do real em relação ao dólar tenderia a beneficiar o negócio com as suas receitas dolarizadas.

Em relação à produção, os analistas lembram que a empresa deve alcançar mais de 150 mil barris de petróleo produzidos por dia (bpd) nos próximos anos. Ainda em 2022, a empresa deve fechar o ano produzindo 52 mil bpd, como resultado dos recentes investimentos do Campo de Frade.

De acordo com as estimativas da Genial, considerando o novo nível de produtividade da empresa, a empresa deveria passar a gerar cerca de 15% do seu valor de mercado em fluxo de caixa livre nos próximos 12 meses, caso os níveis do preço do petróleo se mantenham nos patamares atuais.

Eletrobras

A Genial escolhe a Eletrobras para o cenário devido à natureza defensiva do seu negócio — energia elétrica, com exposição aos segmentos de geração e transmissão.

Além disso, com a recente privatização, “os próximos anos deveriam ser muito interessantes do ponto de vista operacional devido à ‘arrumação de casa’, com corte de custos diversos, reprecificação do portfólio de geração, venda de ativos não estratégicos, novos investimentos, entre outras iniciativas”.

Atualmente, dizem, a empresa negocia a apenas 1 vez o valor patrimonial por ação (VPA), “muito pouco se considerada a expansão de rentabilidade esperada nos próximos anos”.

Por fim, os analistas lembram que os negócios de geração e transmissão possuem contratos de longo prazo sendo reajustados por índices inflacionários. Ou seja, é uma decisão oportuna estar exposto a setores defensivos e propícios à distribuição de dividendos em um momento com pressões inflacionárias e menor crescimento de Produto Interno Bruto (PIB).

Bradesco

No setor de bancos privados, a Genial acredita que o Bradesco estaria melhor posicionado para se beneficiar de uma vitória do candidato Lula.

“Os bancos sempre souberam navegar bem ciclos de juros mais altos, e acreditamos que a taxa de juros deve permanecer em território contracionista, como forma de contrabalancear os vetores inflacionários de uma política fiscal mais frouxa’, afirmam os analistas.

Os resultados financeiros das seguradoras também tendem a se beneficiar de juros altos, avaliam. O Bradesco possui a maior seguradora do país e uma carteira de crédito mais concentrada em pessoa física (PF), com 53,4% de participação do portfólio total, mais exposto à baixa renda que Santander (SANB11) e Itaú (ITUB4).

“Os possíveis estímulos à consumo e programas de transferência de renda do plano de governo Lula poderiam melhorar o consumo (ao menos de curto prazo), destravaria maior oferta de crédito e aumentaria a capacidade de pagamento das famílias da base da pirâmide, beneficiando as receitas de juros e inadimplência”.

MRV

Na divisão setorial, a MRV seria uma das construtoras mais bem posicionadas para surfar um governo com foco em políticas públicas sociais, sendo uma delas o Casa Verde e Amarela (CVA) — antigo Minha Casa Minha Vida.

Os analistas destacam que a MRV é a maior incorporadora atuante no CVA, tendo lançado R$ 4,4 bilhões em unidades que atendem aos critérios do programa e, independentemente dos resultados das eleições, conta com um plano de expandir este número para R$ 5,9 bilhões até 2025.

“Acreditamos que o candidato Lula, se eleito, deveria reformular o programa CVA e utilizar fundos do próprio orçamento geral da união para custear unidades dentro de um novo Minha Casa Minha Vida, com foco em famílias de renda mais baixa”, avaliam.

Além disso, a Genial vê a MRV negociada a um “múltiplo muito depreciado” de 1 vez o Preço/Valor Patrimonial (P/VP).

Yduqs

O ex-presidente Lula traz a narrativa de maiores investimentos nos programas de financiamento estudantil em suas propostas, o que impactaria positivamente as instituições de ensino superior, segundo os analistas.

Nesse cenário, a Yduqs é a preferência da Genial no setor. Segundo eles, a empresa está melhor posicionada para aproveitar uma vitória petista, pelos pilares de:

  • conhecimento e velocidade de implementação para se adaptar a um novo FIES;
  • liderança no segmento presencial com 10,8% de share, sendo o segmento mais adepto ao financiamento estudantil;
  • expansão de polos de ensino à distância;
  • estrutura de capital saudável em 1,9 vez Dív. Líq/Ebitda; e
  • operação premium (Idomed e IBMEC), com maior resiliência em períodos mais turbulentos, dado o perfil de aluno e ticket mais altos.

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Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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