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A atualização que, segundo famoso estudioso, pode “matar” o Bitcoin (BTC) – entenda a BIP-119

07 maio 2022, 20:18 - atualizado em 07 maio 2022, 20:18

Proposto por Jeremy Rubin, desenvolvedor de Bitcoin (BTC) e fundador da organização de pesquisa e desenvolvimento de Bitcoin Judica, a atualização chamada BIP-119, também conhecido como “CheckTemplateVerify (CTV)“, é uma proposta de soft fork – atualização no código do blockchain original -, que visa habilitar novos casos de uso para a rede Bitcoin adicionando um tipo de “convênio”.

Um “convênio” é semelhante ao que é conhecido como contrato inteligente na blockchain Ethereum (ETH).

Simplificando, um “convênio” é um código programado que permitiria aos usuários impor condições sobre a maneira como as moedas BTC dentro de uma carteira podem ser transferidas no futuro.

A atualização foi proposta em janeiro de 2020, mas ganhou grande notoriedade entre a comunidade conforme o projeto levantava fundos para ser revisado, e alcançava uma maior visibilidade.

Os chamados BIPs, ou Proposta de melhoria de Bitcoin em portugês, são atualizações na rede do Bitcoin (BTC) que podem ser propostas por qualquer um da comunidade, e, após passar por uma votação entre os mineradores, é implementada no blockchain principal.

Atualmente, a função de impor esses “contratos inteligentes” no Bitcoin existe – e foi implantada após a atualização “taproot” –  mas é limitada ao nível básico de transações.

Por exemplo, usando o “Bitcoin Script”, um programador pode restringir o que pode ser feito antes que uma transação seja gasta.

Da mesma forma, usando um timelock [marca de tempo no blockchain], pode-se definir uma quantidade específica de tempo antes que uma transação possa ser gasta.

O Covenant, proposto pela atualização, busca trazer mais programabilidade ao Bitcoin, permitindo que os programadores controlem como os bitcoins podem ser gastos no futuro. 

Usando o convênio, seria possível colocar na lista branca ou na lista negra determinados endereços, restringindo onde o BTC pode ser gasto mesmo para a pessoa que tem a chave desses bitcoins. Não apenas a transação seguinte, mas transações futuras.

Críticas de Cryptoinfluencers

Andreas Antonopoulos, um dos maiores especialistas em Bitcoin, falou em um vídeo publicado no seu canal do YouTube sobre o BIP-119. Para surpresa de muitos, Antonopoulos destacou que a BIP-119 tem consequências que podem matar o Bitcoin.

“Um exemplo muito simples seria o conceito de um cofre onde você diz que ‘se esse output [o dinheiro que sair] for gasto, a transação que gastá-lo só pode enviar este dinheiro para um endereço específico’, como uma whitelist [lista de lançamentos exclusivos].”

Para ele, embora pareça uma boa ideia, melhorando questões de segurança, isso pode matar o Bitcoin

“Você pode estipular, por exemplo, que uma vez que você coloca um convênio (covenant) em um bitcoin, tal bitcoin só pode ser enviado para uma lista de determinados endereços, ou não pode ser enviado para uma determinada blacklist [lista negra]”.

Conforme dito por ele, seria possível através do BIP-119 poder criar uma situação onde você pode não apenas limitar a próxima transação, mas também programar de tal forma que limite as transações seguintes.

Em suma, segundo o estudioso, aquele BTC específico deixaria de ser fungível e se tornaria distinto de outros bitcoins que podem ser enviados a todos, criando basicamente uma nova categoria de bitcoins.

Antonopoulos diz que esse ataque à fungibilidade do bitcoin é o que pode acabar assassinando a primeira criptomoeda criada.

Após duras críticas, Rubin, autor da sugestão de atualização, chamou o especialista para debater sobre o assunto em seu perfil oficial do twitter.

“eu desafio @aantonopa um debate sobre o BIP – 119 . proponho que usemos meu horário de fala em @MITBitcoinClub #MITBitcoinExpo 14:40 ET Sábado, 7 de maio, 1 semana a partir de hoje. sinta-se à vontade para propor um moderador, caso contrário, posso sugerir um”, escreveu.

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Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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