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Abiove eleva projeções de safra e exportação de soja do Brasil em 2022

14 dez 2021, 13:44 - atualizado em 14 dez 2021, 13:44
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Se as projeções se confirmarem, a safra teria aumento de cerca de 5% na comparação com 2021, quando a colheita foi recorde (Imagem: Pixabay/reijotelaranta)

A safra de soja do Brasil em 2022 deve somar um recorde de 144,8 milhões de toneladas, apontou nesta terça-feira a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), ao elevar a projeção em cerca de 700 mil toneladas na comparação com o número de novembro.

Com maior produção, a exportação de soja do Brasil também foi projetada em recorde de 93,4 milhões de toneladas em 2022, versus 92,1 milhões na previsão anterior.

Já o processamento de soja do país, maior produtor e exportador global da oleaginosa, foi estimado em 48 milhões de toneladas, estável ante previsão anterior, em momento em que o setor lida com uma mistura menor de biodiesel no diesel por decisão do governo.

Alguns Estados do país estão terminando de semear a soja, enquanto outros, como o Mato Grosso, preparam-se para iniciar a colheita ao final deste mês.

Se as projeções se confirmarem, a safra teria aumento de cerca de 5% na comparação com 2021, quando a colheita foi recorde.

Já a exportação do grão teria aumento de 9% em volume, e o processamento cresceria 3%, principalmente com foco na maior demanda por farelo de soja pelos mercados interno e externo.

A Abiove agora projeta que as exportações de soja, farelo e óleo vão atingir o montante histórico de 54,6 bilhões de dólares, ante 51,9 bilhões de dólares na previsão de novembro.

Além do volume de soja, a Abiove também revisou para cima o total de óleo a ser exportado em 2022, para 1,65 milhão de toneladas, versus 900 mil toneladas na previsão anterior.

No caso dos embarques externos de farelo, o ajuste foi menor, para 17,8 milhões de toneladas.

O economista-chefe da Abiove, Daniel Amaral, destacou durante evento com jornalistas que países da Ásia estão comprando mais farelo de soja do Brasil do que a Europa, pela primeira vez.

Ele disse ainda que, considerando que a mistura de biodiesel no diesel foi rebaixada, o farelo de soja volta a ser produto essencial na composição de margens das indústrias.

Assim como na soja, a Abiove também projeta exportação recorde de farelo, influenciada principalmente pelas perspectivas promissoras de venda para países do Sudeste Asiático.

A estimativa do consumo doméstico de farelo de soja atinge 18,1 milhões de toneladas em 2022, superior aos volumes de 2019 e 2021, mas ainda aquém daquele observado em 2020, quando atingiu 18,9 milhões de toneladas.

Dessa forma, a Abiove disse que não descarta a possibilidade de reduzir a estimativa de processamento, diante dos estoques de passagem, especialmente para o farelo, e a depender da evolução dos fundamentos do mercado internacional.

Biodiesel

Se governo anunciar mistura maior de biodiesel, o setor de soja poderia reverter parte do grão previsto para exportação para processamento interno.

Amaral disse ainda que a Índia e outros compradores podem adquirir mais óleo de soja do Brasil, uma vez que o consumo brasileiro cai devido a mudanças na obrigatoriedade do uso de biodiesel a mistura no diesel foi estabelecida em 10% para 2022, ante 13% que deveriam ter vigorado durante todo o ano de 2021, se o governo não tivesse reduzido a participação do biocombustível, citando questões relacionadas aos preços.

Já o consumo interno de óleo de soja, com uma mistura de biodiesel menor, ficará abaixo de 8 milhões de toneladas.

“Este volume fica aquém do valor registrado em 2020 (8,5 milhões de toneladas) e daquele esperado para 2021 (8,2 milhões de toneladas)”, disse a Abiove.

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