Ação da Smiles pode se dar bem ao se transformar em uma Gol

O setor aéreo global teve de reaprender a voar em plena turbulência do coronavírus, e modelos que antes eram vantajosos, agora precisam ser revisados de cabo a rabo. Foi o que disse a Gol (GOLL4) ao justificar sua proposta de incorporação pela Smiles (SMLS3), que cuida do programa de fidelidade e milhagens da companhia aérea.

Em fato relevante desta segunda-feira (7), a Gol informa que enviou uma proposta ao conselho de administração da Smiles. Por ela, os atuais acionistas da Smiles receberiam 0,825 por ação preferencial da Gol para cada ação ordinária.

Outra opção oferecida pela companhia aérea é o pagamento de R$ 22,32 por ação da sua controlada. A empresa também deixou aberta a possibilidade de uma alternativa híbrida, envolvendo uma parte em dinheiro e outra em ações.

Em uma incorporação, a empresa incorporada deixa de existir como pessoa jurídica, tornando-se um departamento da incorporadora ou tendo suas atividades diluídas na estrutura da última.

No crivo da Ágora Investimentos, quem dita as regras sobre como se dará a incorporação é a Covid-19, que mudou as perspectivas para o setor global de aviação civil e o preço implícito do leilão para a Smiles está em linhacom o preço-alvo de consenso de R$ 22,57.

“Estamos incorporando o valor de transferência em nosso modelo e elevando nosso preço-alvo estimado para 2021 para a Smiles com base no modelo de Fluxo de Caixa Descontado, que sai de R$ 24,00 para R$ 25,00”, calculam os analistas Victor Mizusaki e Luiza Mussi.