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Acionistas deliberam sobre privatização da Eletrobras (ELET3), prevista para maio

21 fev 2022, 20:54 - atualizado em 21 fev 2022, 21:27
Eletrobras
O ministro Vital do Rego, que foi voto vencido no certame, defendeu sua posição dizendo que a Eletrobras estaria pagando menos ao Tesouro do que deveria (Imagem: REUTERS/ Ueslei Marcelino)

Os acionistas da Eletrobras (ELET3) se reúnem nesta terça-feira, 22, para deliberar sobre o processo de privatização da companhia, que deverá ocorrer por meio de uma oferta de ações na Bolsa brasileira, a B3 (B3SA3), e em Nova York.

A transação está programada para o mês de maio, segundo fontes.

A privatização da empresa do setor elétrico será no modelo de uma capitalização, ou seja, será feita uma oferta de novas ações da empresa.

Como a União não investirá na oferta, sua participação no capital votante cairá de 72,33% para 45%, deixando, dessa forma, de ter o controle da estatal de energia.

A assembleia da Eletrobras será um dos últimos trâmites para que o governo deixe de ser o controlador da empresa  uma discussão que foi iniciada durante o governo de Michel Temer.

Na ocasião, os acionistas irão autorizar ou não a operação, além de votar sobre alguns pontos necessários para a desestatização, como mudanças pontuais no a.

No mercado, a expectativa é de que os acionistas minoritários aprovem todos os itens da pauta, diante de estimativas de valorização da ação após a privatização.

Próximo passo

Depois disso, o último passo para que a oferta possa ocorrer em maio será a aprovação de um preço mínimo da ação na oferta pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que é o responsável pelo processo de venda da estatal, já teria definido o preço, e o aval do TCU deverá ocorrer até o fim de março, segundo uma fonte.

O preço mínimo será um limite de valor para que a ação possa ser ofertada aos investidores, uma megatransação que deverá ficar entre R$ 22 bilhões e R$ 26,6 bilhões, conforme já divulgou a empresa.

A operação ocorrerá na Bolsa brasileira, a B3, e ainda na Bolsa de Nova York, a Nyse.

Na semana passada, após controvérsia em relação ao valor da outorga, o TCU deu sinal verde para a operação.

O ministro Vital do Rego, que foi voto vencido no certame, defendeu sua posição dizendo que a Eletrobras estaria pagando menos ao Tesouro do que deveria, o que foi rechaçado pelos demais ministros.

Histórico

Esta é a terceira vez que o Estado brasileiro tenta privatizar a Eletrobras.

A primeira foi ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso (1994-2002).

Na época, a ideia era fazer uma privatização tradicional, vendendo as estatais do grupo (Furnas, Chesf e Eletronorte) separadamente.

Mas o projeto não foi adiante. No governo Lula, que começou em 2003, a empresa foi retirada do Plano Nacional de Desestatização (PND).

Na gestão de Michel Temer (2016-2018), uma MP foi enviada ao Congresso, que Bolsonaro usou como base para a privatização atual.

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