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Ágora rebaixa recomendação da CPFL para neutra por crescente percepção de risco

06 jan 2021, 11:49 - atualizado em 06 jan 2021, 11:49
CPFL Energia
Na avaliação dos analistas, a companhia continua mostrando boa execução em negócios de distribuição e geração (Imagem: YouTube/grupocpflenergia)

A Ágora Investimentos rebaixou a recomendação da CPFL (CPFE3) de compra para neutra, com preço-alvo de R$ 39 por ação, após o leilão da CEB-D, que foi adquirida pela Neoenergia (NEOE3) por R$ 2,5 bilhões.

“Vemos a CPFL sendo negociada a uma TIR (taxa interna de retorno) real implícita de 8,2%, um spread de 1,1 ponto percentual (média) versus empresas privadas, como Energisa (ENGI11) e Equatorial (EQTL3). Embora a TIR da CPFL de aproximadamente 8% seja bastante atraente, não achamos que a lacuna de valuation em relação aos pares privados vai fechar ainda”, destacaram os analistas Francisco Navarrete e Ricardo França, em relatório divulgado na segunda-feira.

Na avaliação da Ágora, a companhia continua mostrando boa execução em negócios de distribuição e geração, e os dividendos de 2020/21 podem alcançar as estimativas do cenário-base do Bradesco BBI (rendimento de 4,9%/5,5% [pagamento mínimo de 50%], chegando a 7,4%/8,3% [75%] e 9,4%/10,5% [95%]), excluindo perspectivas de fusões e aquisições no curto prazo. No entanto, para diminuir a percepção de risco crescente desde que a State Grid assumiu o controle, a CPFL precisa apresentar novas evidências de disciplina de capital.

Segundo a Ágora, os gatilhos de curto/médio prazo poderiam ser o leilão de privatização da CEEE no primeiro trimestre deste ano, sendo a CPFL o nome favorito para levar a distribuidora, e uma possível fusão entre a CPFL e os ativos de transmissão da State Grid no Brasil, que valem, segundo o Bradesco BBI, R$ 21 bilhões.

“Este acordo [fusão] poderia ser um risco, porque a CPFL viu uma TIR real de aproximadamente 8% em sua oferta pela CEB (pelo BBI foi ainda menor, 4,3%), indicando que, para ativos realizados de transmissão, a CPFL poderia ter uma TIR menor”, afirmaram Navarrete e França. “Enquanto este movimento provavelmente precisaria trazer potencial de valorização para ambas as partes (as minorias precisam aprovar), precisamos aguardar”.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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