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Agro saiu mais arranhado que positivo na B3 no semestre, com surpresas dos dois lados da tabela

01 jul 2022, 12:47 - atualizado em 01 jul 2022, 14:01
Boi Gordo Nelore Pecuária de corte
Setor bovino ficou dividido na B3 até junho, com Minerva liderando entre todas as altas

Em semestre turbulento, quando o Ibovespa (IBOV) não resistiu à pressão sobre o risco global e doméstico, fechando abaixo dos 100 mil pontos, o bloco de ações de empresas do agronegócio saiu também mais arranhado que positivo.

Dos 19 tickers do macro setor negociados na B3 (B3SA3), apenas seis apresentaram desempenho positivo.

As outras 13 companhias ficaram em baixa até quinta, todas muito acima do recuo acumulado do IBOV de 5,59%, em levantamento feito para Money Times por Einar Rivero, gerente de relacionamento institucional da plataforma TC/Economática.

Do primeiro time, a segmentação por blocos setoriais registra altas apenas da Minerva (BEEF3) entre os frigoríficos, bem como a São Martinho (SMTO3), a Irani (RANI3) e SLC Agrícola (SLCE3), respectivamente da sucroenergia, papel e celulose e das commodities de graneleiras, como se configura no quadro abaixo.

Algumas surpresas podem ser vistas, diante de cenários domésticos e, mais ainda, externos, com a guerra da Ucrânia lançando novas incertezas ao risco de retração e inflação globais.

Além de comparações do desempenho de determinadas ações frente aos resultados das respectivas empresas no primeiro trimestre – a maioria positivo – apesar de que os impactos mais significativos para as economias mundial e brasileira pesaram mais no segundo trimestre.

Empresa Código Retorno no 1° semestre (%)
3tentos TTEN3 -17,64
AgroGalaxy AGXY3 -27,53
Boa Safra SOJA3 -33,53
BrasilAgro AGRO3 -10,05
BRF BRFS3 -39,65
Camil CAML3 -11,44
Cosan CSAN3 -14,17
Irani RANI3 3,3
Jalles Machado JALL3 -26,63
JBS JBSS3 -14,4
Kepler Weber KELP3 17,58
Klabin KLBN11 -19
M. Dias Branco MDIA3 10,78
Marfrig MRFG3 -43,52
Minerva BEEF3 28,47
Raízen RAIZ4 -28,29
São Martinho SMTO3 6,4
SLC Agrícola SLCE3 12,98
Suzano SUZB3 -15,38
Ibovespa IBOV -5,99

A M. Dias Branco (MDIA3) suportou as altas do trigo, que embora diminuídas nos últimos dias atingiram recordes com o cereal da Ucrânia, e em certa medida da Rússia, não chegando ao mercado. De 31 de dezembro a 30 de junho a TC/Economática apontou valorização de 10,78%.

A ação campeã de crescimento das ações, com 28,47%, a Minerva Beef (BEEF3) teve o seu lucro líquido em retração de 55,8% de janeiro a março absorvido pelos investidores, em outro exemplo. Não foi punida na soma final até ontem.

Por outro lado, o maior frigorífico nacional, JBS, não viu refletido, na média do ano, o forte desempenho nos três primeiros meses. O JBSS3 cedeu 14,4%.

Já a Marfrig (MRFG3) deve causar surpresa pelo tamanho da sua queda na bolsa, liderando entre as 13 baixas do agronegócio.

Com o 1º trimestre mais fraco, menos 61% no lucro, pela consolidação das ações da BRF (BRFS3), era esperado que o desempenho no trimestre seguinte fosse sentido, mas a entrada em cena dos temores nos Estados Unidos com a inflação e recessão deram muita margem para a desvalorização do papel em 43,52%.

Sua controlada não escapou também de forte desconto, o segundo maior – 39,65% – pela inflação interna ascendente até maio, principalmente, e baixo poder aquisitivo impactando o consumo mesmo de proteínas mais baratas que a bovina, como frango e suínos.

Enquanto a SLC não surpreendeu por ser a única de grãos a ficar entre as seis ações do agronegócio mais valorizadas, em 12,98%, tanto que entrou na carteira teórica do Ibovespa válida até agosto, as companhias de açúcar e etanol mostram o contrário.

Raízen (RAIZ4), sempre descontada apesar de entrar em várias recomendações de carteiras, sua controladora Cosan (CSAN3) e Jalles Machado (JALL3) decepcionaram os acionistas contra a forte alta do petróleo, que poderia ativar os preços do biocombustível, e também contra os preços mais firmes do açúcar em Nova York em boa parte do primeiro semestre.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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