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As ações que valem a pena no agronegócio, segundo o BofA

25 out 2024, 16:21 - atualizado em 25 out 2024, 16:21
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Em relatório divulgado na última quinta-feira (24), o BofA identificou alta de 37% dos preços locais do gado desde o final de junho (iStock.com/shiota)

Em relatório divulgado na última quinta-feira (24), o Bank Of America (BofA) afirmou que o clima seco de setembro desencadeou preocupações sobre a produção agrícola brasileira. A melhora do clima nas últimas semanas acelerou o plantio e o país deve registrar produção recorde de soja.

Em relação à carne, o BofA espera que espera que o ciclo do gado comece a ficar negativo no ano que vem. O crescimento dos abates de fêmeas é a principal razão para acelerar essa tendência, já que atingiu 40% em 2024. “Nesse cenário, os preços do gado mais jovem provavelmente continuarão subindo em 2025 e 2026”, afirmam os analistas.

O Banco recomenda compra de JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3); se mantém neutro para BRF (BRFS3); e sinaliza Minerva (BEEF3) como underperform, equivalente à venda.

Alta nos preços do gado

O BofA sublinhou a alta de 37% dos preços locais do gado desde o final de junho, pressionando as margens dos frigoríficos. “Vemos um momento mais favorável para o frango do que para a carne bovina no Brasil e nos EUA, dados os baixos custos da ração”.

O BofA acredita que a alta dos últimos quatro meses se deve a uma oferta mais limitada, devido ao impacto negativo da seca nas condições das pastagens. Provavelmente por conta disso, houve redução das margens dos frigoríficos no Brasil, segundo os analistas. 

“Os preços da carne bovina têm sido resilientes e se recuperado (+17% no mercado interno e 3% na exportação) e a demanda interna sazonalmente mais forte e as importações da China podem ser favoráveis ​​no curto prazo”, afirmam. 

Cenário dos grãos

Para os grãos, a expectativa é de clima favorável, com destaque para a soja, que deve registrar produção recorde em 2024/25. As exportações devem ficar em 107 milhões de toneladas, contra 97 milhões em 22/23. O BofA cita a aceleração da produção de soja no Mato Grosso (MT) nos últimos dias. 

“Até 18 de outubro, 24% da safra do Mato Grosso foi plantada. Isso está abaixo da média de 44%, mas acelerou 15p.p. em uma semana. Esperamos que o ritmo rápido continue, pois a previsão de chuvas é favorável”, dizem os analistas.

O relatório também comenta sobre a alta de 20% preços domésticos do milho desde o final de junho, impulsionados pela oferta limitada, já que a comercialização continua lenta e a demanda é forte. No entanto, futuramente os preços podem cair. “Uma vez que a soja é colhida, pode haver uma restrição logística, talvez levando a uma comercialização mais rápida do milho e preços mais baixos”.

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gustavo.silva@moneytimes.com.br

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