Combustíveis

Além das eleições: veja o que mais está levando aos reajustes da Petrobras (PETR4)

15 ago 2022, 18:30 - atualizado em 15 ago 2022, 17:40
Petrobras (PETR4)
Quando o reajuste é de alta, a Petrobras tem o hábito de segurar o tempo ao máximo: os anúncios de preços são feitos, em média, a cada 45 dias. (Imagem: Money Times/Renan Dantas)

Em menos de um mês, a Petrobras (PETR3; PETR4) anunciou cinco reajustes nos preços dos combustíveis. A gasolina já caiu 13% – ou R$ 0,53 – e o diesel ficou R$ 0,42 mais barato, após um corte de 7,48%.

A corrida eleitoral é um dos principais fatores que estão interferindo no preço dos combustíveis. O presidente Jair Bolsonaro nunca escondeu o seu descontentamento com a política de preços da estatal, que leva em conta a paridade internacional dos preços.

Desde o início de seu governo, em janeiro de 2019, a Petrobras já teve três presidentes oficiais e um interino. Atualmente, a liderança está nas mãos de Caio Mário Paes de Andrade, que assumiu o cargo no dia 28 de junho.

E o controle do preço dos combustíveis é a principal ferramenta do atual governo para combater a inflação no curto prazo e um trunfo para tentar uma reeleição.

Além dos reajustes da Petrobras, o governo também reduziu o teto de ICMS dos combustíveis e também liberou seis parcelas de R$ 1 mil para os caminhoneiros.

“Daqui até a eleição, esses reajustes serão feitos de uma forma bem rápida, porque é algo que interfere na população. As pesquisas mostram que combustíveis e energia elétrica estão entre os itens que mais comprometem o orçamento dos brasileiros”, pontua Bruno Pascon, cofundador e diretor da CBIE Advisory (Centro Brasileiro de Infraestrutura).

Vale lembrar que as campanhas eleitorais estão liberadas para começarem a partir de amanhã, incluindo divulgação na internet e por alto-falantes, caminhadas, carreatas ou passeatas.

Em 26 de agosto, tem início o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão.

Petróleo no mundo

Por mais que seja desejo de muitos governantes, a Petrobras segue uma regra para reajustes de preços e não pode subir ou abaixar o litro dos combustíveis ao seu bel-prazer. Por isso, a empresa segue o valor do petróleo no mercado internacional.

Ao contrário do início do ano, que a commodity disparou com a guerra na Ucrânia e a possibilidade de uma oferta mais baixa do produto, o barril do petróleo voltou a patamares dentro do esperado pelo mercado.

O petróleo perdeu valor no início do pregão, quando dados fracos sobre a economia chinesa voltaram a assombrar a perspectiva de recuperação da demanda –caindo abaixo de US$ 93.

Esse é um movimento que o petróleo já vinha seguindo e a expectativa é de que ele feche o ano de 2022 em US$ 94; e ainda caia para US$ 86 ao longo do ano que vem.

Além disso, o relatório diário da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) indica que o preço dos combustíveis vendidos no Brasil estão acima da paridade internacional, o que significa que há espaço para reajustes negativos.

Boas notícias

Além das questões eleitorais e de mercado, Bruno destaca que as boas notícias tendem a sair mais rápido do que as ruins.

Quando o reajuste é de alta, a Petrobras tem o hábito de segurar o tempo ao máximo: os anúncios de preços são feitos, em média, a cada 45 dias.

E tem um motivo. Os estoques de combustíveis duram cerca de três meses, então o reajuste vai até o limite dos estoques.

“Desde que o Caio de Andrade assumiu, existe uma preocupação do governo de anunciar reajustes para baixo até as eleições, por isso essa rapidez. Agora, quando o preço vai subir, a estatal segura o anúncio. Tanto que o mercado já espera esse reajuste a cada 45 dias; e se se estender para próximo de 90 dias, significa que o reajuste vai ser altíssimo”, afirma Bruno.

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Editora-chefe
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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