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Alibaba (BABA34) troca de comando e IPO multibilionário vira dúvida

11 set 2023, 17:18 - atualizado em 11 set 2023, 17:18
Alibaba Bolsas Asiaticas EMpresas Daniel Zhang
Alibaba anuncia saída de CEO e ações ficam pressionadas nesta segunda-feira. (Imagem: REUTERS/Thomas Peter)

As ações da Alibaba (BABA;BABA34) foram pressionadas no pregão desta segunda-feira (11), após o a saída de Daniel Zhang, CEO e diretor da divisão de computação em nuvem da empresa multibilionária.

Em Hong Kong, onde a empresa é originalmente listada, o papel encerrou o pregão com uma queda de 3,5%. Em Nova York, o desempenho negativo é mais moderado, com as ações perdendo 1,57% na hora final do pregão.

O anúncio ocorre apenas três meses após  Zhang ter abdicado do comando do Alibaba Group para focar na divisão de computação em nuvem, que deve lançar um IPO em breve como parte do projeto de desmembramento do Alibaba.

No entanto, o comunicado do grupo divulgado neste domingo (10) muda o panorama. Pois deixa claro que o desligamento de Zhang também se estende para suas atividades a frente da divisão de serviço de nuvem da big tech chinesa.

A mudança de última hora acendeu um alerta para os investidores, que voltam a se preocupar com ingerências políticas no comando da empresa. Desde 2021, a Alibaba tem sido alvo de pesadas multas pelo governo da China, que elevou a pressão regulatória sobre diversas práticas de mercado.

Na dança das cadeiras dentro da big tech chinesa, Eddie Wu assume a posição de CEO da Alibaba Group. e de diretor da divisão de computação em nuvem. Wu é um dos cofundadores da Alibaba e tem uma relação muito próxima com Jack Ma.

Dança das cadeiras do Alibaba joga incertezas em IPO multibilionário

Em maio, a Alibaba havia anunciado o plano para desmembrar a divisão de computação de nuvem como um negócio separado do conglomerado.

O movimento de spin-off das companhias subsidiárias foi bem recebido pelos mercados. À época, a tese ventilada era que as novas companhias, por possuírem menor estatura, estariam menos pressionadas pelo arcabouço regulatório chinês.

Além disso, as novas divisões teriam a vantagem de herdar o know-how e a propriedade intelectual desenvolvida pelo conglomerado há mais de uma década, canalizados diretamente nos novos modelos de negócio.

Agora, a troca repentina de um diretor influente turvou o otimismo dos investidores e passa, de acordo com analistas do mercado, uma mensagem ruidosa para o investidor que deseja ‘para ontem’ a estruturação da oferta pública.

De acordo com o Citigroup, incertezas sobre o rumo da divisão de computação em nuvem — uma das mais valiosas dentro do grupo —  deverá afetar as ações no curto-prazo.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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