Setor Aéreo

Alta de preços de combustíveis poderá inviabilizar rotas da aviação, diz Abear

08 mar 2022, 18:03 - atualizado em 08 mar 2022, 18:03
Segundo a Abear, em 2021 o preço do QAV acumulou alta de 76,2%, superando aumentos de 56% no diesel e 42,4% na gasolina (Imagem: Sunyu/Pexels)

A entidade de companhias aéreas Abear afirmou nesta terça-feira que o encarecimento do combustível de aviação poderá frear a retomada do setor abalado pelas medidas de isolamento social e inviabilizar rotas de custos mais altos no curto e médio prazos.

Segundo a associação, que representa as companhias Gol (GOOL4) e Latam Airlines, o querosene de aviação (QAV) responde por mais de um terço dos custos do setor aéreo, que por sua vez têm uma fatia superior a 50% indexada ao dólar.

“A Abear defende que medidas emergenciais de contenção de preços que possam ser tomadas durante a vigência do conflito (guerra na Ucrânia) incluam o QAV, amenizando dessa forma a crise do setor”, afirmou a entidade em comunicado.

O governo federal tem promovido discussões sobre iniciativas para aliviar preços de combustíveis. Uma reunião sobre o assunto no Palácio do Planalto estava marcada para ocorrer nesta tarde entre ministros de áreas envolvidas nas negociações para a adoção de eventuais medidas, além do presidente da Petrobras (PETR4), Joaquim Silva e Luna.

As ações da Gol exibiam alta de 6,1% perto do final do pregão e os papéis da Azul (AZUL4) avançavam 6,4%, apesar do barril do petróleo nos Estados Unidos fechar em alta de 3,6%, a 123,70 dólares o barril. Já o Brent encerrou cotado a 127,98 dólares, em alta de 3,9%.

Segundo a Abear, em 2021 o preço do QAV acumulou alta de 76,2%, superando aumentos de 56% no diesel e 42,4% na gasolina.

Mais cedo, a Azul informou que a demanda de passageiros por seus voos subiu 20,1% em fevereiro sobre mesmo mês de 2021, quando boa parte das medidas de isolamento social ainda estavam em vigor.

A Gol reportou na véspera alta de 35% na demanda no mês passado.