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Ambev conseguirá manter o nível daqui para frente? BTG dá o benefício da dúvida

03 nov 2021, 17:11 - atualizado em 03 nov 2021, 17:11
Ambev
A Ambev entregou resultados surpreendentemente positivos, tendo registrado os maiores volumes consolidados para um terceiro trimestre (Imagem: Money Times/ Gustavo Kahil)

A Ambev (ABEV3) conseguiu maximizar sua participação de mercado e expandir os volumes em um período de transição complexa do setor de cervejas. Apesar das restrições de capacidade de produção na indústria, a companhia conseguiu reportar no terceiro trimestre do ano números que ultrapassaram as estimativas do mercado, superando os outros players.

A companhia reportou lucro líquido de R$ 3,7 bilhões no período, o que corresponde a uma expansão de 57,4% em relação ao terceiro trimestre do ano passado.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado totalizou R$ 5,4 bilhões, alta de 7,8% (reportado) e de 9,4% (orgânico) no comparativo anual.

A receita líquida atingiu R$ 18,5 bilhões, avanço de 18,5% (reportado) e de 20,8% (orgânico). A Ambev apresentou os maiores volumes consolidados já registrados em um terceiro trimestre.

A receita líquida da companhia cresceu 17,1% no Brasil, 20,4% na América Central e Caribe (CAC) e 54,5% na América Latina Sul (LAS).

Segundo o BTG Pactual (BPAC11), a principal questão agora é saber se a Ambev conseguirá manter todo esse poder de ganhos demonstrado no ano.

“A hora da verdade deve aparecer dependendo de como a precificação afeta a demanda e a participação de mercado do quarto trimestre em diante, principalmente conforme a competição gradualmente rebate com mais capacidade”, afirmaram Thiago Duarte e Henrique Brustoli, analistas do banco, em relatório divulgado nesta quarta-feira.

Ambev-Cerveja
O BTG aumentou as estimativas para o Ebitda da companhia em 2021 e 2022 em 5% e 3%, respectivamente (Imagem: Ambev/Divulgação)

Por ora, o BTG está dando o benefício da dúvida para a empresa. O banco assume que a Ambev vai colocar mais precificação do que antes no quarto trimestre e em 2022. Com isso, as estimativas para o Ebitda em 2021 e 2022 subiram 5% e 3%, respectivamente.

A recomendação para a ação, no entanto, é neutra. Segundo o BTG, a Ambev precisa de uma aceleração de lucros consistente para justificar o prêmio de aproximadamente 14% com o qual o seu papel é negociado em relação aos pares e ao seu histórico. O preço-alvo para os próximos 12 meses é de R$ 18.

A Ativa Investimentos pensa parecido. A corretora disse que, por mais que a empresa tenha entregado ganhos de participação de mercado, o acirramento da concorrência pode prejudicar no longo prazo o market share da companhia.

Além disso, as pressões no câmbio e nos preços das commodities e o aumento de gastos com despesas nas iniciativas digitais se revelam como potenciais detratores de margens.

Também devido ao valuation, a Ativa manteve recomendação neutra para a ação, com preço-alvo de R$ 19,20.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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