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Após crise nos bancos, stablecoins parecem estar perdendo confiança; veja o movimento

17 mar 2023, 13:29 - atualizado em 17 mar 2023, 13:29
stablecoins
Investidores parecem estar inseguros sobre quais stablecoins utilizar em operações (Imagem: Coinbase)

Após a quebra do banco SVB, e o desencadeamento de eventos em outros bancos, os investidores de criptomoedas parecem estar com medo de confiar em stablecoins, ou criptomoedas estáveis.

As maiores stablecoins possuem uma empresa emissora por trás, que custodia reservas em dinheiro fiduciário para lastrear seus tokens emitidos no mercado.

É nesse ponto que a crise nos bancos abalou a confiança de investidores. A Circle, emissora da USDC, por exemplo, perdeu acesso por algumas horas aos seus fundos de reserva.

Conforme anunciado pela Circle no último sábado (11) após a quebra do SVB, cerca de US$ 3,3 bilhões, ou 8,25% de suas reservas, estavam presas no banco do Vale do Silício.

Por isso, a stablecoin caiu para 0,88 dólares, de acordo com dados da CoinGecko, mas voltou a 1 dólar na segunda-feira (13).

A stablecoin retornou a sua paridade após o Federal Reserve garantir acesso dos depositantes no SVB aos seus fundos, e em seguida o CE da Circle afirmar que conseguiu sacar com sucesso suas reservas.

Entretanto, a crise nos bancos ainda preocupa os mercados internacionais, e não é diferente no mercado de criptoativos.

Durante os períodos de incerteza do mercado, os investidores muitas vezes fogem para ativos tangíveis, como dinheiro, commodities e imóveis para proteger os investimentos da volatilidade.

Mas no mercado cripto, a migração parece estar acontecendo para stablecoins consideradas mais confiáveis pelos investidores.

A Tether (USDT) ultrapassou a USDC em valor de mercado, e atualmente lidera na posição de terceira criptomoeda com maior valor de mercado, atrás apenas do Bitcoin e Ethereum.

Isso porque, nessa semana, os Investidores retiraram cerca de 3 bilhões de dólares da stablecoin USDC em três dias, disse a empresa por trás do ativo digital nesta quinta-feira (16). 

A Circle anunciou que permitirá o resgate automático da stablecoin por meio de um novo relacionamento bancário, com o Cross River Bank.

Procuras por stablecoins alternativas aumentam

Conforme o CoinDesk, o interesse por stablecoins lastreados a outros ativos aumenta no ritmo em que a confiança em stablecoins em dólar diminui.

A Diamond Standard, uma empresa de blockchain que tokenizou e padronizou o mercado de diamantes para permitir que os investidores comprem a pedra preciosa, disse que viu um grande aumento na demanda de seu produto depois que os bancos começaram a fechar.

[As vendas] de moedas de diamante e outros produtos aumentaram substancialmente desde sexta-feira, com o fechamento do Silicon Valley Bank e do Signature Bank, o USDC quebrando sua paridade [dólar] e em meio a temores de contágio se espalhando para outros bancos e ativos digitais ”, disse Cormac Kinney, fundador e CEO da Diamond Standard.

A empresa reúne os diamantes físicos em uma “moeda” de valor padronizado que é armazenada em um cofre. Cada um contém oito a nove diamantes.

Os tokens com diamantes são digitalizados por meio de uma moeda digital baseada em Ethereum, bitcarbon, que pode ser negociada em diferentes bolsas.

O volume de negociação do diamante tokenizado saltou quase 300% durante o fim de semana, enquanto os investidores lutavam para encontrar um refúgio, disse Kinney. A maioria dos clientes que queriam comprar diamantes tokenizados queria sair das stablecoins, conforme disse.

Além de diamante, a demanda por stablecoins lastreadas em ouro também cresceu consideravelmente após o momento de crise bancária.

Stablecoin stablecoins
(Imagem: gráfico de sete dias de XAUT/CoinMarketCap)

A stablecoin emitida pela Tether (XAUT), lastreada no ouro, ultrapassou US$ 100 milhões em volume negociado no último final de semana, e valoriza mais de 5% neste mesmo periodo.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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