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Após prévias, o que esperar de MRV (MRVE3), Cyrela (CYRE3) e outras construtoras no 2T23?

20 jul 2023, 18:23 - atualizado em 20 jul 2023, 18:23
construção civil construtoras
Prévias de construtoras indicaram que baixa renda vendeu mais e média/alta renda lançou mais imóveis; e as margens? (Foto: Flávya Pereira/Money Times)

As principais construtoras e incorporadoras listadas na Bolsa brasileira divulgaram suas prévias operacionais do segundo trimestre deste ano, indicando como devem ser os resultados financeiros das empresas de construção civil no período.

Investidores seguem atentos ao desempenho dessas companhias na B3 após as ações do setor terem o melhor primeiro semestre desde 2019. Desta forma, tudo indica que esse ‘boom’ das ações deve continuar nos próximos meses por dois motivos (leia aqui).

O head de real estate da XP, Ygor Altero, destaca que as prévias mostraram vendas líquidas acima das expectativas para a maioria das empresas do segmento de baixa renda. Enquanto os números operacionais de construtoras e incorporadoras do segmento de média/alta renda mostraram recuperação nos lançamentos.

Construtoras de baixa renda e os efeitos de programas

O profissional da XP diz que as vendas das construtoras de baixa renda sugerem uma demanda consistente por moradias do segmento, mantendo um ritmo forte em relação aos últimos trimestres.

“No entanto, ainda vemos um cenário misto nos resultados de abril a junho, com empresas que já estavam operando de forma rentável potencialmente aumentando a margem bruta”, comenta.

Por outro lado, Altero vê nomes mais impactados pela dinâmica da inflação dos custos de construção em 2021 e em 2022 buscando recuperar a rentabilidade. Principalmente, por meio do aumento de preços por unidade.

“Como resultado, podemos ver uma melhora na margem a apropriar. Porém, as margens brutas devem se manter abaixo dos níveis históricos, uma vez que projetos com menor rentabilidade devem ainda ser relevantes na consolidação dos resultados das companhias”, acrescenta.

Contudo, os resultados financeiros do trimestre não captarão as mudanças do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), aprovadas em junho e que entraram em vigor neste mês. Todavia, a volta do programa, além do “Pode entrar”, da prefeitura de São Paulo, animou o segmento.

Altero diz que as mudanças nas taxas de juros e nos subsídios são positivas, aumentando o poder de compra, principalmente, para as faixas de renda 1 e 2 do MCMV.

Enquanto as alterações nos limites de preço do programa, especialmente para a faixa 3, podem ser positivas para as margens das empresas, com potencial aumento no poder de precificação e mercado alcançável dentro do Minha Casa, Minha Vida. “Portanto, vemos as atualizações como positivas para todas as empresas no segmento de baixa renda”, diz.

Média/alta renda lançam mais e driblam Selic no topo

Após os resultados de Cyrela (CYRE3), Even (EVEN3), Moura Dubeux (MDNE3), Eztec (EZTC3) e Trisul (TRIS3), a equipe que acompanha o setor de real estate no Bank of America (BofA) diz que segue preocupada com o cenário para as empresas de média e alta renda.

“O segmento acumula estoque e deve enfrentar picos de entrega em um cenário desafiador de acessibilidade. Isso pode levar a uma maior inadimplência. Além disso, eventualmente, descontos nas apólices, pressionando ainda mais as margens das empresas”, diz.

No entanto, eles comentam que a Cyrela superou seus pares com lançamentos assertivos e melhor desempenho de vendas. Por sua vez, a XP destaca que as vendas líquidas das construtoras e incorporadoras do segmento foram, em sua maioria, acima de suas estimativas em meio às vendas mais fortes nos lançamentos.

Além disso, a casa de análises viu um desempenho interessante proveniente das vendas de estoque no trimestre. “Porém, esperamos resultados [financeiros] mistos no segundo trimestre”, comenta Altero.

O profissional da XP avalia que o segmento apresentou um desempenho de vendas de projetos com maior percentual de conclusão consistente ajudando no reconhecimento de receita líquida. Em contrapartida, maiores descontos  nas vendas podem gerar um impacto negativo na margem bruta.

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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