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Aquisições continuarão tendo papel importante no crescimento da JSL; ação está barata, destaca BTG

04 set 2021, 14:05 - atualizado em 04 set 2021, 14:05
JSL
Apesar da recusa da Tegma envolvendo uma combinação de negócios com a JSL, o BTG acredita que aumentar a exposição à indústria auto continua sendo uma estratégia interessante para a companhia (Imagem: JSL/YouTube)

A JSL (JSLG3) já mostrou que tem capacidade de manter a agenda de M&As (fusões e aquisições) ativa. E tudo indica que crescer de forma inorgânica continuará sendo um fator-chave para o crescimento da companhia.

O BTG Pactual (BPAC11) destacou que os recentes acordos são em sua maioria caixa positivo (melhor alavancagem e Ebitda que a JSL), deixando espaço para que a empresa dê seguimento à alocação de capital para novos M&As.

Desde sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), a companhia realizou cinco aquisições – duas já conhecidas durante o processo de abertura de capital (Fadel e Transmoreno) e três novos acordos (TPC, Rodomeu e Marvel). Essas cinco aquisições totalizam R$ 1,7 bilhão em receita bruta anualizada, 50% das receitas pré-IPO da JSL.

O BTG conversou recentemente com a alta administração da JSL (Ramon Alcaraz, novo CEO, Guilherme Sampaio, CFO, e Denys Ferrez, CFO da controladora Simpar [SIMH3]), que levantaram as potenciais sinergias que as transações podem trazer.

Com as novas empresas no portfólio, a companhia ganha exposição a novos setores, como gás e químico, transporte de novos veículos e distribuição urbana. De acordo com a administração, as cinco aquisições devem (i) melhorar a estrutura de capital da companhia, consequentemente levando a taxas de juros mais baixas; (ii) permitir que a companhia tenha um maior poder de barganha com os fornecedores; e (iii) possibilitar uma intraoperação de venda cruzada, dada as principais sinergias de serviços para os clientes.

A JSL ainda tem mais mercados para explorar. Apesar da recusa da Tegma (TGMA3) envolvendo uma combinação de negócios com a companhia, o BTG acredita que aumentar a exposição à indústria auto continua sendo uma estratégia interessante. E há ainda a privatização dos Correios – embora o processo esteja nos estágios iniciais, a administração disse que pretende avaliar a oportunidade.

JSL
A diversificação de receitas e os contratos de longo prazo foram essenciais para trazer resiliência à companhia em meio ao cenário desafiador vivido pelo setor automotivo (Imagem: JSL/LinkedIn)

Resiliência

No momento em que o setor automotivo vive um cenário difícil de escassez de semicondutores, a JSL encontrou uma maneira de mitigar os impactos que a falta de veículos trouxe ao segmento.

A administração disse ao BTG que a diversificação de receitas e os contratos de longo prazo foram essenciais para trazer resiliência à companhia.

“Eles estão procurando um equilíbrio entre contratos ‘asset light’ e ‘asset heavy’ e têm um backlog (pedidos a serem entregues) de R$ 2,5 bilhões em novos contratos”, destacaram Lucas Marquiori, Fernanda Recchia e Aline Gil, analistas do BTG, em relatório divulgado na segunda-feira e obtido pelo Money Times. “A habilidade da companhia de sustentar um mix balanceado de contratos ‘asset heavy’ é chave para manter uma barreira de entrada clara e um relacionamento duradouro com clientes”.

Em relação ao aumento dos preços dos insumos, refletindo na pressão dos custos, a JSL tem focado em algumas iniciativas para minimizar os impactos, como investimento em tecnologia, otimização do número de motoristas e melhor roteamento de rede.

Valuation barato

O BTG reforçou a indicação de compra da ação, com preço-alvo para os próximos 12 meses de R$ 16. O banco destacou que a ação é negociada a um valuation atrativo – 9,6 vezes P/L (preço sobre lucro) para 2022, um desconto de 35% para a média do setor.

“Esperamos um re-rating para estreitar a lacuna do valuation”, afirmaram os analistas. O BTG chamou atenção para o sólido modelo de negócio e as diversas oportunidades de crescimento da JSL.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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