Internacional

Argentina e credores estão em desacordo sobre período de carência

02 abr 2020, 14:15 - atualizado em 02 abr 2020, 14:15
Argentina, Alberto Fernández
A Argentina quer renegociar US$ 69 bilhões em dívida externa, mas alega que a profunda recessão e a desvalorização cambial impedem o país de fazer pagamentos (Imagem: REUTERS/Juan Medina

Autoridades argentinas não conseguem chegar a um consenso com credores de títulos no exterior sobre uma proposta de moratória de quatro anos para os pagamentos.

Autoridades do Ministério da Economia dizem aos investidores que o país não pode pagar juros – muito menos devolver capital – até algum momento de 2024, segundo pessoas com conhecimento das discussões.

Muitos credores de títulos querem que os pagamentos comecem em 2021, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas.

Um porta-voz do Ministério da Economia não quis comentar.

A Argentina quer renegociar US$ 69 bilhões em dívida externa, mas alega que a profunda recessão e a desvalorização cambial impedem o país de fazer pagamentos.

O governo havia dito originalmente que esperava chegar a um acordo com credores privados até 31 de março, mas depois admitiu que o prazo pode ser alterado por causa da pandemia de coronavírus.

O governo, que conduz as reuniões por videoconferência, continua a negociar nesta semana e na próxima e busca apresentar uma oferta em algum momento depois desse prazo, disse o ministro da Economia, Martín Guzmán, em conversa com repórteres em 31 de março.

O retorno de saída, que é o rendimento estimado da nova dívida reestruturada, é outro tópico polêmico da discussão. Investidores esperam retorno de pelo menos 10%, enquanto o governo propõe um rendimento de saída de um dígito, disseram as pessoas.

Nas diretrizes de dívida publicadas pela Argentina em 31 de março, autoridades disseram que a reestruturação deve resultar em um caminho sustentável para o país. O documento diz que altos retornos de saída criariam a necessidade de períodos de carência mais longos e vencimentos estendidos.

O governo disse em comunicado de 20 de março que o presidente da Argentina, Alberto Fernández, e a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, concordaram que a Argentina não poderá pagar juros da dívida aos credores por quatro anos.

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