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Baidu: A ameaça aos gordos lucros pode estar dentro de casa; entenda

22 fev 2023, 15:22 - atualizado em 22 fev 2023, 15:22
Baidu
A regulação é em linha com o crescente conflito entre ambas potências – Estados Unidos e China (Imagem: REUTERS/Florence Lo)

A Baidu divulgou nesta quarta-feira (22) os resultados do quarto trimestre de 2022 e superou as expectativas do mercado, mas uma de suas principais fontes de receita, a inteligência artificial, pode estar ameaçada pelo governo local.

A receita da empresa chinesa foi impulsionada pela força de negócios de publicidade, computação em nuvem e inteligência artificial, segundo o relatório.

A empresa também anunciou um novo programa de recompra de ações de até 5 bilhões de dólares, conforme noticiado pela Reuters.

As ações da companhia chinesa listada na Nasdaq, índice de tecnologia dos Estados Unidos, dispararam antes da abertura do mercado, mas logo recuaram. Os papéis estão sendo negociados a US$ 136,12 – um recuo no dia de 3,34%.

A receita do trimestre encerrado em 31 de dezembro foi de 33,08 bilhões de iuans (US$ 4,80 bilhões), superando as estimativas dos analistas de 32,01 bilhões de iuans, segundo dados da Refinitiv.

O presidente-executivo da Baidu, Robin Li, comentou que o ano de 2022 foi desafiador, mas em 2023, “acreditamos que temos um caminho claro para reacelerar nosso crescimento de receita e agora estamos bem posicionados para aproveitarmos as oportunidades que a recuperação econômica da China nos oferece”.

Desafios com inteligência artificial

O Baidu, bem como outras grandes chinesas como o Alibaba e Tencent, estão na corrida das inteligências artificiais — que começou desde meados de dezembro do ano passado com o lançamento do ChatGPT da OpenAI

A empresa planeja integrar seu chatbot “Ernie”, um modelo de linguagem generativa como ChatGPT, aos principais negócios da Baidu, incluindo mecanismo de pesquisa, serviços de computação em nuvem e de carros inteligentes.

Entretanto, segundo reportagem do Valor Econômico, os reguladores da China disseram às principais empresas de tecnologia que não irão poder oferecer serviços de inteligência artificial como o da OpenAI.

As empresas chinesas que estão desenvolvendo a tecnologia reafirmaram por diversas vezes que seus modelos nada se assemelham ao da empresa OpenAI – que recebeu investimento da Microsoft de US$ 10 bilhões neste ano.

Li disse nesta quarta-feira que o Ernie Bot será incorporado pela primeira vez no mecanismo de busca da Baidu e que seus recursos em chinês representam o estado da arte.

A Microsoft já está preparando a integração da tecnologia do ChatGPT em seu próprio mecanismo de busca do Bing – mas a versão ainda é de testes para usuários selecionados.

“O modelo generativo de linguagem ampla no qual estamos trabalhando agora será mais adequado para o idioma chinês e para o mercado chinês do que os modelos desenvolvidos no exterior”, disse Li.

A regulação é em linha com o crescente conflito entre ambas potências — Estados Unidos e China. O entendimento do governo chinês é o de que a tecnologia poderia ser utilizada para disseminar ideologias geopolíticas e até coletar informações sobre a população chinesa.

Essa não é a primeira vez que uma plataforma é banida em um dos países. O aplicativo de vídeos Tik Tok foi banido em 2020 em diversos estados dos EUA pelo presidente da época, por acreditar que estaria sendo usado para roubar informações da população americana.

O WhatsApp também é uma ferramenta banida na China. A população utiliza o WeChat como aplicativo de mensagens alternativo.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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