Internacional

Balões misteriosos: O que se sabe sobre os objetos que estão sobrevoando o mundo?

14 fev 2023, 14:15 - atualizado em 14 fev 2023, 14:22
EUA
Balões misteriosos sobrevoam as Américas, sendo que quatro foram abatidos pelos EUA apenas neste mês; mas pouco se sabe de onde vêm e o que fazem (Imagem: Chase Doak/via REUTERS)

Um balão chinês foi abatido na costa leste dos Estados Unidos depois de ter sobrevoado todo o país no início da semana passada. A ordem foi dada pelo presidente norte-americano, Joe Biden, e foi executada assim que o objeto voador não identificado chegasse a uma área de mar.

O episódio escalou a tensão geopolítica entre EUA e China. De um lado, Washington alegou questão de segurança nacional, acusando o governo chinês de espionagem

De outro, Pequim viu certo exagero na reação. Ao ironizar a decisão dos EUA de usar um caça F-16 para abater o objeto com um único míssil, a China fez alusão à frase do filósofo chinês Confúcio, de “não usar canhão para matar mosquito”. 

Ainda que não representasse uma ameaça militar nem tivesse atividades de vigilância, o objeto poderia ao menos interferir no tráfego aéreo. O problema é que os EUA derrubaram outros três objetos desde o último dia 6. 

O balão vai subindo…

Na última sexta-feira (10), outro objeto voador não identificado foi abatido sobre o Alasca. Um dia depois, no sábado (11), avistou-se mais um balão sobrevoando perto da fronteira com o Canadá

No domingo (12), o espaço aéreo do estado de Montana (EUA) também ficou brevemente fechado por motivos semelhantes. Nem mesmo o Super Bowl ficou livre do mistério e outro objeto cilíndrico foi abatido durante a partida. Isso sem falar dos objetos voadores vistos na Colômbia.  

Porém, os balões misteriosos não parecem ser exclusividade das Américas, nem tão recentes. Em bom português, a China resolveu “colocar lenha na fogueira” e afirmou que balões dos EUA entraram no espaço aéreo chinês dez vezes desde o ano passado.

Balões: de onde vêm, o que fazem?

Portanto, nem mesmo em relação à origem desses e de outros balões pode-se afirmar algo, já que a China está prestes a abater um objeto voador sobre suas águas territoriais. Mas afinal, o que se sabe sobre esses objetos que estão sobrevoando o mundo?

O problema é esse. Pouco se sabe sobre os quatro objetos voadores derrubados nos últimos dias. E aí, então, sobram as especulações – e troca de acusações. 

Tem a hipótese de “não estamos sozinhos”. Segundo a CNN, os pilotos de caça dos EUA que derrubaram um dos objetos não conseguiram identificar nenhuma propulsão. Mais que isso, o balão apenas se mantinha no ar a cerca de 40 mil pés. 

Há também a tese de que, segundo especialistas, o balão pode ser uma arma de guerra eficaz. Até porque alguns podem ter instrumentos de navegação, como radar, sensores e equipamentos de comunicação. 

Outros se movem por gás hélio ou hidrogênio, que é mais leve que o ar, sendo alimentado por painéis solares. Assim, a paranoia de segurança nacional em uma nova versão da Guerra Fria ganha força, em meio à disputa entre as duas maiores potências econômicas. A ponto de a China recusar-se a receber um telefonema do Pentágono para discutir balões.

Além disso, o secretário de Estado, Anthony Blinken, decidiu adiar uma viagem diplomática ao país asiático. Taiwan, porém, tornou-se opção de novo desembarque de lideranças norte-americanas, reavivando a tensão na região desde a visita de Nancy Pelosi à ilha. 

Diante de tantas narrativas sobre os balões, só agora a Casa Branca admitiu que os objetos voadores podem ter um propósito inofensivo – no caso, comercial. Portanto, pode ser algo inócuo.

Aliás, recentemente, um intrigante fileira de luzes cruzou o céu, inclusive do Brasil, assustando as pessoas, que acharam que poderiam ser naves alienígenas. Mas a explicação era bem simples e sem mistérios: os pontos brilhantes eram apenas satélites Starlink, da rede de telecomunicações SpaceX, do bilionário Elon Musk

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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