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Banco central da China considera criptoativos como alternativas de investimento

19 abr 2021, 11:26 - atualizado em 19 abr 2021, 11:26
O vice-governador do PBoC compartilhou a opinião do banco central em relação a criptomoedas e como planeja impulsionar seu yuan digitla (Imagem: Ifend News)

Um vice-governador do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) afirmou que o país considera bitcoin (BTC) e stablecoins — criptomoedas de valor estável — como criptoativos — e não moedas — e, assim, são alternativas de investimento.

No evento Bo’Ao Asia Forum, Li Bo, recém-chegado ao cargo no banco central chinês, afirmou que, até que o PBoC entenda qual tipo de requisitos regulatórios precisa para evitar que a natureza especulativa de tais ativos crie sérios riscos para a estabilidade financeira, manterá sua postura atual sobre a classe de ativos.

Li fez esse comentário em inglês durante um painel sobre o assunto geral de moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDC) na noite desse domingo (18).

Outros participantes incluem Zhou Xiaochuan, ex-governador do PBoC; Agustín Carstens, diretor-geral do Banco de Compensações Internacionais (BIS); bem como executivos do Banco da Tailândia e da SWIFT.

O comentário de Li foi uma resposta ao moderador Arjur Kharpal, correspondente sênior do canal CNBC, que questionou se a China irá manter uma postura restrita para atividades de negociação de criptoativos no futuro:

Consideramos o bitcoin e stablecoins como criptoativos. Criptoativos, assim como Agustin acabou de discutir, são alternativas de investimento, e não moedas. O objetivo principal que vemos para criptoativos, no futuro, é que sejam principalmente alternativas de investimento.

Em relação a alternativas de investimento, muitos países — incluindo a China — ainda as estão analisando e pensando sobre que tipo de requisitos regulatórios — talvez mínimos, mas ainda precisamos ter algum tipo de requisito regulatório — para evitar a natureza especulativa de que tais ativos [criem] qualquer risco sério à estabilidade financeira.

Antes que tenhamos uma ideia clara de que tipo de regulação precisamos, acho que manteremos a regulação atual.

Em 2017, o banco central chinês proibiu atividades de ofertas iniciais de moeda (ICOs) e exigiu que corretoras cripto nacionais parassem de ser um canal de “on-ramps” e “off-ramps” (conversão de fiduciárias para criptomoedas e vice-versa) para investidores.

O principal raciocínio era que nenhuma corretora centralizada de cripto pudesse ser uma custodiante bancária do yuan digital em nome de seus clientes.

Desde então, corretoras como Huobi e OKEx só poderiam ter livros de oferta de cripto para cripto enquanto oferecessem mesas de negociação em mercado de balcão (OTC) como um método de conversão para fiduciárias a seus usuários.

Além disso, o comentário de Li sobre stablecoins também estava alinhado ao de outros executivos de bancos centrais: uma forte regulamentação precisa ser implementada:

Para stablecoins, são criptoativos, e se querem ser amplamente aceitas como uma solução de pagamento, precisamos de regulamentações mais fortes — talvez mais do que as do bitcoin, talvez no sentido de um comitê monetário.

No futuro, acredito que stablecoins, que têm a missão de se tornarem em uma solução de pagamentos amplamente aceita, têm de ser regulamentadas como um banco ou um quasibanco.

Li também disse que a China está a caminho de ampliar a adesão de sua CBDC, conhecida como e-CNY ou DC/EP.

Ele acrescentou que, durante as Olimpíadas de Inverno em 2022, a e-CNY não estará disponível apenas para usuários nacionais, como também estrangeiros e convidados internacionais. Mas Li disse que a internacionalização do renminbi não irá substituir o dólar.

“Nosso objetivo não é substituir o dólar americano ou qualquer outra moeda internacional. Nosso objetivo é permitir que o mercado escolha”, explicou ele.

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