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BID recebe apoio de senadores dos EUA para aumento de capital

10 dez 2020, 11:15 - atualizado em 10 dez 2020, 11:15
BID
A medida também incentivaria o BID a criar um fundo ambiental de preparação para desastres, sustentabilidade e conservação (Imagem: REUTERS/Carlos Jasso)

Dois senadores-chave dos Estados Unidos devem apoiar um aumento de capital para o Banco Interamericano de Desenvolvimento. A ideia é criar condições para aumentar empréstimos destinados ao combate da Covid-19 e da mudança climática na abalada região.

O projeto de lei do democrata Bob Menéndez e do republicano Marco Rubio enviaria US$ 600 milhões para o BID nos próximos cinco anos e autorizaria US$ 23,4 bilhões em capital de backup, de acordo com esboço visto pela Bloomberg News.

A medida também incentivaria o BID a criar um fundo ambiental de preparação para desastres, sustentabilidade e conservação.

Os EUA são o maior acionista do banco e respondem por 30% dos recursos. A contribuição dos EUA faria parte de um pedido mais amplo dos senadores para que os 48 países membros do banco aprovem um aumento total de capital de US$ 80 bilhões. Seria o primeiro aumento de capital do BID desde um acordo fechado em 2010.

Esses projetos de lei de autorização costumam ser anexados a pacotes legislativos maiores, mas, com as medidas de defesa e apropriações bem adiantadas no debate, é improvável que o financiamento do BID seja aprovado antes da conclusão do atual Congresso, no final do ano.

Na verdade, a proposta visa estabelecer um marco para futuras discussões a partir de janeiro, de acordo com um assessor do Senado com conhecimento do projeto, que pediu para não ser identificado.

O aumento de capital permitiria ao BID elevar sua capacidade anual de empréstimo, de cerca de US$ 13 bilhões, para US$ 20 bilhões por ano, de acordo com resumo do projeto de lei.

A proposta pode enfrentar obstáculos. As capitalizações de instituições multilaterais normalmente requerem anos de lobby e busca de apoio. O BID também ficou mais politizado nos últimos meses. Muitos democratas não gostaram da indicação de Mauricio Claver-Carone pelo presidente Donald Trump para liderar o banco, indo contra um precedente de seis décadas em que a presidência do BID tem sido ocupada por um latino-americano.

Menéndez, de Nova Jersey, membro do Comitê de Relações Exteriores do Senado, e Rubio, da Flórida, presidente do subcomitê para o Hemisfério Ocidental que lida com a América Latina, conhecem Claver-Carone há anos e apoiaram sua candidatura.

Embora o antecessor de Claver-Carone, Luis Alberto Moreno, também tenha pedido um aumento de capital para financiar gastos com infraestrutura, a pandemia e desastres climáticos aumentaram a necessidade e a urgência de financiamento.

“Essa legislação vai garantir que o BID tenha os recursos de que precisa para apoiar nossos parceiros na América Latina e no Caribe”, disse Menéndez, de Nova Jersey, em comunicado por e-mail.

Claver-Carone, em comunicado, também expressou seu apoio ao aumento de capital.

“Esperamos trabalhar com todos os nossos acionistas para aproveitar esta oportunidade”, disse.

A América Latina responde por 8% da população mundial e por 30% das mortes por Covid-19. A maioria dos países enfrenta uma das piores recessões econômicas já registradas, milhões perderam o emprego ou caíram na pobreza, e o Fundo Monetário Internacional prevê uma década perdida, com renda per capita em 2025 menor do que em 2015.

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