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Bitcoin (BTC) continua seu “bull market”; confira métricas da criptomoeda

17 nov 2020, 10:18 - atualizado em 17 nov 2020, 10:29
O valor da rede Kalichkin nos últimos 30 dias em relação à proporção de transações no blockchain (NVT) e a capitalização de mercado dividida pelo valor de mercado obtido (MVRV), inversamente relacionados à atividade no blockchain, sugerem uma utilidade decrescente ou estagnada em relação à capitalização de mercado nas últimas semanas (Imagem: Unsplash/@cliffordgatewood)

André Franco: o que é bitcoin?

A capitalização de mercado do bitcoin (BTC) está em US$ 309 bilhões, em que US$ 5,2 bilhões foram negociados nas últimas 24 horas. A criptomoeda acabou de ultrapassar os US$ 17 mil nesta terça-feira (17).

Atualmente, o preço do bitcoin caiu 13% de uma alta recorde estabelecida em dezembro de 2017, mas subiu 250% das baixas estabelecidas em março de 2020.

Clique aqui para entender como funciona a rede Bitcoin.

Na LocalBitcoins.com, o volume global de negociações de mercado de balcão (OTC) caiu entre o fim de 2017 e meados de 2019 e, em seguida, caiu novamente até o início de 2020.

Nos últimos seis meses, o volume global atingiu níveis recordes. Em agosto, o volume global nocional ultrapassou os US$ 95 milhões.

Em maio de 2019, LocalBitcoins parou de atender o Irã, provavelmente em consequência de sanções americanas e, em junho de 2019, a opção para pagar em bitcoins pessoalmente com dinheiro foi desativada.

A América do Norte (laranja) possui a maior porcentagem de volume total nocional, após a África Subsaariana (rosa) e a América Latina (marrom).

O Oriente Médio (amarelo) e as regiões da Austrália/Nova Zelândia (cinza) possuem o menor volume nocional, pois ambos tiveram menos de US$ 1 milhão em volume de negociação na última semana.

Volumes nocionais para Venezuela e Colômbia estão em US$ 3,5 milhões e US$ 3,2 milhões, respectivamente. O banco central da Venezuela planeja ter bitcoin em seu sistema de reservas.

(Imagem: UsefulTulips)

Análise técnica

Conforme um forte rali de preço positivo continua a acontecer após a drástica queda do dia 12 de março, roteiros de desenvolvimento para futuras movimentações de mercado podem ser encontrados em maiores intervalos de tempo usando Médias Móveis Exponenciais (MMEs), perfil de volume do intervalo visível (VPVR), pivôs anuais, divergências e a Nuvem de Ichimoku.

Clique aqui para entender mais sobre as análises técnicas descritas abaixo.

As variações históricas de preço também podem fornecer uma faixa de possíveis preços-alvo para uma zona de alta e de baixa.

Usando “backtesting” (método geral que avalia uma estratégia de negociação ao descobrir como ela aconteceria usando apenas dados históricos), inúmeras iterações com qualquer média de um quadro temporal com preço alto podem ser usadas, contanto que altas anteriores possam ser previstas de forma precisa.

Preços abaixo da média móvel podem ser considerados como áreas que poderão encontrar apoio e devem ser consideradas como condições de sobrevenda.

Preços acima de alguns múltiplos da média móvel podem ser zonas que, provavelmente, encontrarão resistência e devem ser consideradas como condições de sobrecompra.

Atualmente, a média móvel de dois anos fornece um limite inferior de US$ 8,4 mil enquanto o multiplicador de dois anos fornece um limite superior de US$ 42,8 mil.

Médias Móveis Exponenciais (MMEs) são um indicador técnico de gráfico que rastreia o preço de um investimento ao longo do tempo.

No gráfico diário para o mercado BTC/USD, o preço à vista relacionado à MME de 50 dias e a de 200 dias pode ser usado como um teste decisivo para a tendência.

No fim de janeiro, a MME de 50 dias ultrapassou a MME de 200 dias, chamado de “Cruz de Ouro”, e foi rapidamente seguida de uma “Cruz da Morte” em 14 de março. 

“Cruz de Ouro” ou “Cruz da Morte” são referências para dizer se as condições são otimistas ou negativas, respectivamente. Essas cruzes aparecem um pouco tarde, mas sempre chamam a atenção de qualquer negociador.

Agora, as MMEs de 50 e a de 200 dias estão abaixo do preço à vista, em US$ 13,7 mil e US$ 11,2 mil, respectivamente, após passarem uma “Cruz de Ouro” no dia 13 de maio. Ambos os níveis devem atuar como suporte caso aconteça uma queda.

O perfil de volume do intervalo visível (VPVR) é um indicador que mostra a atividade de negociação ao longo de um período específico de tempo a certos níveis de preço. Assim, mostra o que foi comprado e vendido a esses níveis atuais.

O VPVR mostra um grande nó de suporte de volume entre US$ 9,2 mil e US$ 8,2 mil (barras horizontais no gráfico abaixo) com uma resistência de volume relativamente baixa acima do preço atual.

Além disso, pontos de pivô anuais, em US$ 18,4 mil e US$ 23 mil, devem atuar como resistência. O pivô anual entre US$ 8,1 mil e US$ 13 mil também deve atuar como um suporte a longo prazo.

Pontos de pivôs são usados para determinar a tendência geral do mercado em diferentes períodos. Assim, se refere à média de alta, baixa e do preço de fechamento do dia anterior de negociação.

A proporção de compra/venda na corretora Bitfinex (painel superior do gráfico abaixo) está 73% para compra, em que compras e vendas aumentaram significativamente nas últimas semanas. Contratos de venda aumentaram em quase três vezes desde o dia 21 de outubro.

Historicamente, a maioria dos períodos com significativas posições vendidas apenas impulsionaram preços mais altos.

Além disso, não há divergências de alta ou baixa no volume ou no índice de força relativa (RSI) neste momento. O RSI mede a magnitude das recentes variações de preço para avaliar condições de sobrecompra ou sobrevenda. 

A Nuvem de Ichimoku é uma coleção de indicadores técnicos que mostram os níveis de apoio e resistência, bem como o ímpeto e a direção da tendência.

Considerando a Nuvem de Ichimoku, existem quatro métricas essenciais: o preço atual em relação à nuvem, a cor da nuvem (vermelho para baixa, verde para alta), as cruzes Tenkan (T) e Kijun (K) e o período de atraso (“lagging span”).

A cruz Tenkan, ou linha de conversão, é o ponto médio dos maiores e menores preços de um ativo nos nove períodos anteriores. Já a cruz Kijun, ou linha-base, é usada para gerar sinais de negociação quando cruzada com a Tenkan para os 26 últimos períodos.

A melhor entrada acontece quando a maioria dos sinais disparam de baixa para alta, ou vice-versa.

No gráfico diário, as métricas da Nuvem indicam uma alta. O preço à vista está acima da Nuvem e a Nuvem indica uma alta, assim como as cruzes T/K. O período de atraso está acima da Nuvem e do preço à vista.

A tendência continuará em alta enquanto o preço à vista se mantiver acima da Nuvem. O suporte de Kijun está em US$ 10,9 mil.

Agora, o preço à vista aumentou em quase 50% desde o recente cruzamento positivo entre as linhas T/K em meados de outubro e começou a formar um “grampo tipo C” (ou “C-clamp”) para as cruzes T/K, sugerindo condições de sobrevenda.

O padrão grampo tipo C indica quando entrar ou não em um mercado, ou seja, quando é prudente comprar ou vender.

Caso haja uma retração significativa, Kijun, em US$ 13,5 mil, poderá atuar como um suporte importante.

Por fim, as datas de início e de expiração dos contratos futuros de bitcoin firmados em dinheiro da Bolsa Mercantil de Chicago (CME), lançados em dezembro de 2017, tiveram um impacto significativo no preço. A CME facilita negociações para a maior parte dos contratos derivativos do mundo.

Em julho de 2019, a CME teve seu maior volume nocional, até hoje, em um único dia, para seu produto de futuros de bitcoin, ultrapassando US$ 1,5 bilhão. Historicamente, a volatilidade de preço tende a aumentar drasticamente quando a data de expiração de um contrato ativo se aproxima.

Todos os contratos que começaram após o dia 16 de dezembro de 2019 foram encerrados a um preço maior do que o da abertura. 27 de novembro será a data para a próxima expiração do contrato, sugerindo que a volatilidade pode aumentar na semana anterior à expiração.

A explosão das opções de bitcoin em 2020

A taxa de hashes — ou taxa de processamento — e a dificuldade da rede têm sido tão voláteis quanto o preço nos últimos meses, mas ambas estão se aproximando novamente de suas altas históricas.

O terceiro halving na recompensa por bloco, que diminuiu a quantia paga a mineradores de 12,5 BTC para 6,25 BTC, aconteceu em maio deste ano e, provavelmente, vai continuar a expulsar os mineradores menos eficientes do mercado.

Até agora, onze novas máquinas com chips de circuitos integrados de aplicação específica (ASICs) para a mineração de bitcoin foram lançadas este ano, o que pode ajudar a manter a taxa de hashes elevada nos próximos meses.

O número de transações por dia caiu drasticamente em meados de março mas, desde então, voltaram a seus níveis anteriores. Endereços mensais ativos atingiram um nível recorde multianual, em que endereços diários ativos ultrapassaram um milhão em julho e agosto.

A proporção de transações no blockchain (NVT) e a capitalização de mercado dividida pelo valor de mercado obtido (MVRV), inversamente relacionadas à atividade no blockchain, sugerem uma utilidade decrescente ou estagnada em relação à capitalização de mercado nas últimas semanas.

Indicadores técnicos para o mercado BTC/USD continuam a mostrar uma forte tendência de alta, conforme o preço à vista está bem acima tanto da MME de 200 dias como da Nuvem.

Com base em pivôs anuais e no volume, US$ 13,5 mil é um nível importante de suporte, junto com a MME de 200 dias e da cruz Kijun, ambas bem cima dos US$ 10 mil.

A resistência superior está no pivô anual de US$ 18,8 mil e o recorde está próximo de US$ 20 mil.

Historicamente, mercados tradicionais também precisarão se estabilizar para que compradores voltem ao mercado cripto.

Nos próximos meses, o bitcoin pode atingir novas altas tranquilamente conforme o afrouxamento quantitativo e a emissão de dinheiro por bancos centrais em todo o mundo aumentam em níveis absurdos.

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