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Bob Burnquist: Como uma lenda do skate adentrou o mercado de NFTs

01 jun 2023, 16:52 - atualizado em 01 jun 2023, 16:52
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Em entrevista ao Crypto Times, Burnquist também comenta um pouco da sua trajetória pessoal e profissional dentro desse mercado (Imagem: Internet/Reprodução)

Neste final de semana (dias 2, 3 e 4), o Parque do Ibirapuera, em São Paulo, vai sediar o evento NFT.Brasil. Na ocasião, será discutido sobre a evolução do mercado de imagens digitais, ou NFTs, futuramente. Entre os palestrantes estará Bob Burnquist, skatista profissional e empreendedor.

Em entrevista ao Crypto Times, Burnquist comentou um pouco da sua trajetória pessoal e profissional dentro desse mercado, e como o blockchain pode ser utilizado para democratizar decisões dentro de um instituto, ou até potencializar o alcance de marcas.

O atleta conta que entrou nesse mercado, sem saber ao certo do que se tratava, ainda em 2017, durante o ICO (lançamento) da Ethereum (ETH).

Confira a entrevista na íntegra:

Como uma lenda do skate se envolveu com NFTs e o mercado de criptomoedas?

Ele conta que em 2017 além de entrar no lançamento de Ether, comprou Bitcoin, mas vendeu com lucros no final daquele mesmo ano. “Me achei inteligente pra caramba, mas, na verdade só surfei uma onda que não tinha a menor ideia. Se eu tivesse segurado seria melhor”, diz.

O atleta conta que voltou a olhar para o mercado durante o DeFi Summer, ou verão das finanças descentralizadas. Termo dado à época de desenvolvimento e crescimento de protocolos ligados a finanças no ecossistema cripto.

Nessa época, também ocorreu uma solidificação, e foi a nascente, de comunidades NFTs mais engajadas como “Cryptokitties”, citada como exemplo pelo próprio atleta.

“Comecei a entender um pouco mais sobre NFTs, e quis lançar um projeto meu. Ao invés de sair lançando, parei e analisei, bem como qualquer marca que eu lançaria. No fim lancei na blockchain da Tezos”, diz.

O acesso financeiro ao ativo foi um ponto bastante levado em consideração na escolha da blockchain. A Tezos têm taxas de rede mais baratas que blockchains mais conhecidas no mercado, como a Ethereum.

Burnquist explica que no primeiro momento, quis fazer esse primeiro teste sem gastar muito dinheiro com taxa de rede, além de querer trazer os NFTs aos seus fãs com valores mais acessíveis. O NFT serviu de acesso VIP a diversos eventos que o atleta participava, e cursos sobre a tecnologia que preparava, conforme conta “a galera realmente apareceu”.

Foi quando percebeu que por meio do NFT havia montado de fato uma comunidade engajada, e entendeu que a tecnologia é capaz de impulsionar uma marca e tocar toda uma comunidade.

“Fui expandido. Já lancei alguns NFTs diferentes na própria Tezos. Já montei alguns NFTs na Ethereum, em uma plataforma chamada That ‘s Gnarly, que é da Gnars DAO, uma subDAO da Nouns Um projeto de bens públicos”, comenta.

Uma DAO trata-se de uma Organização Autônoma Descentralizada, onde a governança e votações da instituição são feitas por meio dos detentores de ativos, como “stakeholders”. Uma utilidade, inclusive, que Burnquist diz ver crescer muito no mercado de NFTs.

O que NFTs e marketing têm em comum?

O atleta comenta sobre as diferentes estratégias de marketing, e colaborações de marcas que vêm construindo através de comunidades NFTs. Ele agora lança uma arte de sua empresa, em colaboração com a marca de roupa Reserva, para um produto “phygital”.

O termo é utilizado para definir um produto físico e digital, ou seja, um NFT atrelado a um item físico, neste caso são 76 artes de “shapes”, a parte maior do skate. Ele explica que além do item físico, os detentores terão acessos a áreas mais exclusivas no site da Reserva.

“Como skatista profissional, empreendedor e dono de marca eu já entendi que para Burnkit, que é minha empresa de skate e arte, eu consigo atrelar artes e colaborações em comunidades de NFT. Isso porque consigo [através das comunidades] criar uma esteira criativa, e também um marketing intrínseco”, explica.

O empresário cita como exemplo sua colaboração com a coleção de NFTs chamada Toxic Skull Club (TSC), ou clube das caveiras tóxicas em tradução livre. O lançamento será de skates, ao contrário do lançamento com a reserva, destinados ao uso e não somente à arte.

A arte do skate será feita pela empresa do atleta, em conjunto com o artista por trás das caveiras tóxicas. Entre os lançamentos, terão skates específicos, que apenas detentores do NFT da coleção poderão comprar.

“De um lado você tem a limitação para criar uma vontade, um desejo, e do outro um gráfico que qualquer um pode comprar, mas que ainda é da TSC”.

O empreendedor diz acreditar no uso dos NFTs para a descentralização de um instituto. A votação em comunidade para propostas que financiam marcas e parcerias agora vêm dos próprios detentores e beneficiários do ativo.

Em exemplo, ele comenta que para que sua colaboração com a Toxic Skull Club fosse aprovada, a proposta de financiamento do projeto precisou antes passar por uma votação, onde todos os detentores do NFT puderam votar.

Tanto para quem é dono de marca, trabalha em um instituto ou apenas quer ajudar alguma causa, existem várias comunidades que por meio da tecnologia blockchain conseguem angariar recursos de forma prática e justa, afirma Burnquist.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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