Agropecuária

Boi: compras chinesas além da formação de estoques? Curto prazo sustenta preços

30 mar 2020, 16:03 - atualizado em 30 mar 2020, 16:09
Carnes Boi Commodities
Mercado doméstico frágil é compensado pelas compras chinesas (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

A China e os frigoríficos têm dado sinais de novos negócios de carne bovina, porém à pergunta sobre se o fluxo é sólido e pode perdurar, ou se é uma necessidade momentânea, até que os estoques estratégicos voltem próximo à normalidade, é a reposta que “quem souber vale milhões”.

À analogia do consultor Rodrigo Albuquerque, do Notícias do Front, se estende a dúvida que o mercado está vivendo.

É preciso lembrar que a epidemia da covid-19 na China amainou e algumas regiões começaram a ser liberadas, mas a aceleração da economia depende muito das exportações. E o mundo não tem dado sinais positivos, inclusive como admitiu Pequim em informe despachado pelas agências de notícias.

Chegar perto das quase 100 mil toneladas mensais que os chineses compravam do Brasil no último trimestre de 2019 já se sabe que não se repetirá, avalia Gustavo Resende Machado, da Agrifatto. Mas qual poderá ser o teto? Em que prazo?

“Isso é algo que vai precisar se confirmar. Por enquanto, as indicações são de China voltando”, diz.

Mas para Albuquerque, os cenários que estão colocados podem ser aproveitados pelo mercado: “Minha função como analista não é acertar preço. É ganhar dinheiro, independente dele”.

Curto prazo nas praças

Os preços estão mais firmes com a reentrada chinesa, apesar da fragilidade do mercado interno. Os frigoríficos estão cauteloso, tanto quanto os produtores, mais ainda, de acordo com o analista da Agrifatto, que a oferta ainda não está alargada e quem tem gado pronto tem capacidade de reter pelas pastagens boas.

Não seria momento de explosão, menos de viés de queda. R$ 200,00 ou R$ 200,00 e pouco em São Paulo é a média de balcão.

As escalas estão curtas.

No Mato Grosso houve uma melhora de R$ 8,00 a @ na região de Alta Floresta, segundo Walmir Coco, presidente do Sindicato Rural. Boi a R$ 173,00 e vaca R$ 163,00, no JBS de Colider. As escalas nessa região Norte do estado vão para dia 13, uma das mais folgadas do País.

O volume disponível de gado ainda é restrito.

E na região quase de pantaneira de Aquidauana, no Mato Grosso do Sul, também houve uma melhora, com o boi a R$ 185,00, vaca a R$ 170,00 e novilha a R$ 175,00. Para Frederico Stella, produtor e diretor da Federação da Agricultura do Estado, ainda os negócios estão meio travados e a programação de abate nos grandes frigoríficos está para a semana que vem.

No Pará, em R$160,00/R$ 165,00 na semana retrasada, no Pará, não teve comprador. Semana passada tiveram que pagar de R$ 185,00 a R$ 190,00 e nesta segunda (30) o mercado “começou animado”, viu Maurício Fraga Filho, presidente da Acripará.

“Quando a situação está boa é quando os frigoríficos ligam atrás de boi”, complementa Fraga, com uma máxima tradicional do setor.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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